“Vida e Cultura”

Sabe onde vive a dança? A dança vive perto de si, do seu emprego, do local onde passeia aos fins-de-semana, do sítio onde se senta a contemplar o Tejo. A dança vive numa casa luminosa e tranquila, cheia de movimento, emoções e arte. A dança vive no Teatro Camões. Entrevista com Cristina de Jesus, responsável pela Comunicação da Companhia Nacional de Bailado.

Em que contexto nasce o Teatro Camões?
O teatro nasceu durante a Expo’98 e em 2002 foi entregue à Companhia Nacional de Bailado (CNB) porque a companhia nunca teve um teatro seu. Nessa altura criou-se a expectativa do teatro ter uma programação inteiramente ligada à dança. Tínhamos como programador o Mark Deputter e como compa-nhia residente, a CNB. Tivemos sempre um público muito jovem, para lá daquele que já era constante da companhia. O público da nova dança começou também a habitar o TC, dentro da programação do Mark Deputter, que era mais alternativa e mais virada para um público mais jovem. O público da CNB é muito heterogéneo, vai dos mais velhos aos mais novos.

E, actualmente, a CNB continua a captar público jovem?
Capta todos os públicos, não só pela dança clássica, que é apanágio desta companhia, como pela dança contemporânea.

Outra iniciativa que certamente captou público foi as “Tardes Família”, certo?
Sempre tivemos espectáculos quer para escolas quer para famílias, mesmo até quando estávamos no Teatro Nacional de São Carlos. Criámos as Tardes Família com o propósito de trazer a família ao teatro. Quer seja um programa mais clássico quer seja um programa mais contemporâneo. Tem chamado muito público, as Tardes Família, também, por causa da crise, esgotam mais facilmente.

É mais uma opção para as famílias aproveitarem tempo de qualidade?
É com certeza. Outro factor importante foi ver o crescimento desta nova cidade que é o Parque das Nações, porque não é apenas pelos turistas que por aqui passam.

Mas os turistas também vos procuram?
Sim. Entram, perguntam o que há, compram ou ficam com a programação e voltam mais tarde. Com as novas tecnologias, não só as redes sociais, como os sites institucionais, chegamos a muito mais gente. Não há ninguém que viva sem internet e há uma adesão muito grande às redes sociais, as quais se tornam um ponto de encontro com o público. A captação, e é no que estamos a investir muito também e, por isso, é importante este jornal, que é de captar o público que existe aqui. Este teatro ainda não é tão conhecido como pretendemos. Temos aqui a problemática da sinalética que é difícil, à noite não se vê … de todas as maneiras há que criar motes, sentimos necessidade de fazer programas para escolas e para público muito jovem.  Por exemplo, já fizemos workshops e ATL’s para crianças.

São para continuar?
Este ano ficou tudo um bocadi-nho parado…mudanças a nível governamental, de direcções artísticas e a própria crise não ajudam muito a dar continuidade a alguns projectos que carecem de orçamento. Quando o orçamento é reduzido, favorecemos a programação que é o mais importante. Não desistimos, havemos de fazer novos projectos, voltar a fazer as escolas. No entanto, temos aqui sempre espectáculos para escolas.

Qual é a reacção das crianças?
Umas gostam muito e outras não gostam, depende do tipo de bailado. É importante que as escolas estejam atentas à informação que lhes fornecemos, isto é, quando é um programa como o Baile dos Cadetes ou a Coppélia é para um público de escola, desde o mais novo até ao mais velho, mas para este último espectáculo tivemos a atenção de dizer que não viessem muito novos.

Preferem os clássicos?
Depende. Nós ficamos, muitas vezes, com trabalhos dos alunos e a avaliação da escola. É importante ter uma interacção com a escola, nomeadamente com a publicação dos trabalhos dos alunos no nosso site, com referências dos professores, da ficha que preenchem em relação ao que é que foi a vinda à companhia. Normalmente é sempre muito positiva. Há aqueles que gostam mais dos clássicos e os que gostam mais dos contemporâneos. Por vezes o contemporâneo chega-lhes mais facilmente, mas aos pequeninos não, a história, porque tem uma história, chega mais depressa aos mais pequeninos.

A programação está apenas a cargo da CNB?
A programação, neste momento, está apenas a cargo do director artístico. Temos feito algumas acções paralelas, nomeadamente exposições de escultura. Este ano apostámos na escultura.

Que exposição têm neste momento?
Agora temos a escultura de Rui Matos, tivemos já a escultura de José Aurélio.

De que outras formas tentam rentabilizar O TC?
Há outras acções, como o aluguer do teatro para congressos… Há que rentabilizar o espaço. Um teatro custa muito dinheiro e é importante que se rentabilize. Não pode é ser preterida a programação da CNB. No entanto, a companhia a partir de Junho começa a estar fora, sai de Lisboa.

Qual o objectivo da CNB ao deslocar-se para fora de Lisboa?
Levar a dança a todo o lado. Essa foi sempre, desde que nasceu, a obrigatoriedade da companhia. É, não só, fazer espectáculos em Lisboa como por todo o país, porque é a única companhia nacional que existe.

Mesmo no interior?
Mesmo no interior. Deparamos, às vezes, com os problemas dos teatros. Ainda que na altura do ministro Carrilho se tenha criado uma rede e os teatros estejam francamente melhores. Por vezes não se consegue levar uma grande produção, mas consegue-se ou adaptar a produção ao teatro ou levar grupos mais pequenos e isso é importante. Mesmo que não vá a companhia toda, que é muito grande, fazem-se bailados mais pequenos. Houve alturas em que se conseguiu ter um espectáculo aqui e o mesmo espectáculo fora. A companhia é suficientemente grande para se conseguir fazer isso, não nos grandes clássicos, mas naqueles que são os chamados triple bill.

E já vêem resultados desse vosso trabalho?
Vêem-se e mais uma vez nas redes sociais, nomeadamente no facebook, há uma avaliação muito grande por parte do nosso público. Há é um apelo muito grande à continuação da saída da companhia para fora de Lisboa. Por exemplo, o Porto queixa-se imenso que a companhia não vai…mas o Porto neste momento não tem como nos receber, a não ser em Santa Maria da Feira, que não é o ideal para nós nem para os habitantes do Porto que dificilmente se deslocam lá. O público do Porto é um público excelente. Costumamos ir muito a Évora, Braga, Guimarães, Faro. Agora estamos integrados no festival de Faro.

Como é que todos os que aqui trabalham vivem este espaço e o PN?
É como em todo lado, há quem defenda muito e há quem não goste nada, estou a falar, nomeadamente, dos bailarinos. E mesmo o público, às vezes, acha difícil aqui chegar. Eu acho que tem a ver com o tempo, porque me lembro disso no Centro Cultural de Belém (CCB). O CCB não está no centro da cidade, está numa das pontas e ao contrário do TC não tem metro. E, embora o teatro não tenha o seu parque de estacionamento, há parques de estacionamento à volta que as pessoas não conhecem porque, mais uma vez, a sinalética não é perceptível.

Aproveitam o espaço público?
Mostramos que o espaço público tem utilização e merece utilização. Houve uma altura em que tivemos uma esplanada que foi fundamental para trazer pessoas e dar a conhecer o teatro. Abandonámos essa ideia porque a esplanada é muito sazonal e no inverno não resulta. O que está a ser pensado é termos uma esplanada exterior na Primavera e no Verão, e ter um lounge lá dentro mesmo, para depois dos espectáculos as pessoas aproveitarem. Mas, claro, para tudo isto é preciso dinheiro. Qualquer iniciativa no espaço público tem que ter autorização e essas autorizações às vezes demoram, mas não temos tido problemas. Ainda em Setembro passado tivemos aqui as bandas – uma iniciativa que funciona muito bem. Também já pensámos trazer o Festival Ao Largo, que acontece no exterior do Teatro de São Carlos, até aqui, mas temos o problema da acústica. Aqui o que temos de conquistar é a nova comunidade que é imensa. E há vida de cultura aqui.

E como correu o projecto com a escola Vasco da
Gama? O Quebra-Nozes?
O projecto da escola, no ano passado, foi um projecto que já tinha na manga há uns tempos, andava a pesquisar a escola. De facto é uma escola muito particular. Por vezes é difícil as escolas virem ao teatro. O que a companhia pensou foi levar a CNB à escola. Sairmos do nosso espaço e irmos ter com a escola. Foi um grande projecto, quase seis meses de trabalho com a escola, em que eles vinham cá e nós íamos lá. Fazíamos lá as coreografias e eles vinham cá fazer os fatos e os cenários. Eles montaram inteiramente um espectáculo sob a orientação de todas as equipas da companhia. Tivemos a escola toda. Para nós a grande surpresa foi que o projecto era para o 9º ano e, de repente, tinha a escola desde o jardim infantil até ao director envolvidos no projecto. Foi fascinante. Temos tido muito feedback positivo. Hoje em dia tenho visto, em todos os espectáculos, alunos da escola a virem com os pais ou sozinhos. A comunicação dos filhos para os pais também é importante

Ficou a semente?
Para além do projecto de trabalho em si, há aqui uma relação afectiva com o próprio público que é fundamental. Não se consegue criar novo público se não houver uma relação afectiva também.

Pretendem continuar a colaboração com as escolas?
Sim. Esperamos fazer outro tipo de projectos em várias áreas, mas esperamos também conseguir continuar a colaborar com esta escola. Depois do espectáculo do ano passado, foram tantos os pedidos que é impossível estarmos nisto sozinhos. Temos que criar uma equipa que se dedique a projectos educativos.

Fazem visitas aqui ao TC?
Quando nos instalámos no teatro, havia uma coisa fantástica que era o Programa Educação da Parque Expo que trazia muitas escolas. Uma das actividades era fazerem aqui uma visita e uma brincadeira no palco, dependendo das idades. Neste momento não está instituído porque se perdeu um pouco o ritmo. É um ano de transição.

Do ponto de vista financeiro como conseguem levar a companhia para fora do TC?
É difícil, mas as câmaras ajudam e temos um mecenas que é a Fundação EDP. Neste momento a Fundação EDP está connosco para as digressões, para levar a CNB para fora da sua casa e para fora de Lisboa.

Neste aspecto estão dependentes do mecenato?
Sim, do mecenato que ainda não está muito instituído em Portugal. E isso foi engraçado porque, aquando do projecto com a Escola Vasco da Gama, os miúdos também tiveram de procurar parcerias. Além disso, entenderam que a receita do espectáculo seria a favor de uma instituição o que também foi bom, porque tiveram não só a vertente de espectáculo, mas também a vertente social dentro do projecto que fizeram.

O facto de estarmos a falar de dança torna questões como parcerias e mecenato mais difíceis?
Honestamente acho que as coisas estão a melhorar, evoluíram muito No entanto é mais fácil encontrar mecenas para música do que para dança. Música ou ópera. Ópera sobretudo é muito forte e a dança é o parente pobre. Mas acho que não nos temos que ver assim. É mais difícil, mas chegamos lá. A música é algo a que se está mais habituado. Agora, quando conseguimos juntar a música à dança, isto é, música ao vivo com dança, aí é sempre um sucesso.

O que nem sempre acontece?
Nem sempre, e há mesmo bailados que não se podem fazer se não com música gravada.
Às vezes é uma obrigatoriedade do próprio coreógrafo. Também por causa dos tempos musicais, a coreografia é tão exacta quanto exacta é a música, portanto tem que ser gravada. No entanto também já fizemos vários espectáculos com música em palco. Para um bailarino, e eu também o fui, a emoção da música ao vivo é outra. Com a associação ao Teatro Nacional de São Carlos, voltámos a ter a orquestra connosco, não em todos os espectáculos, mas nos espectáculos de Natal, temos sempre a orquestra. É uma mais-valia e é o espectáculo do ano.

Acolhem no TC outras companhias?
Sim, já cá esteve a Olga Roriz, a Companhia Portuguesa de Dança, o Dançando Com a Diferença…Por curtos períodos de tempo, um ou dois fins-de-semana.

E como é que o teatro sobrevive?
Um teatro como as nossas casas não vive sem manutenção. A renda é suportada pelo ministério, mas depois toda a manutenção é suportada por nós, pelo nosso orçamento. Por isso é bom termos aqui alguns eventos. Neste momento temos os Prós e Contras e a nossa grande contrapartida não é propriamente o pagamento, mas sim os spots publicitários. Aos poucos vamos garantindo estas contrapartidas. O mecenato em Portugal não está ainda instituído, não é como nos EUA que vivem só disso.

A equipa do próprio teatro é suficiente para as necessidades?
A equipa do teatro não é tão grande assim, para crescermos mais em termos de programação temos que crescer também em equipa técnica. É um esforço muito grande para todos. Para alguns eventos contratamos técnicos de fora, mas é bom ter uma equipa residente. Não precisa de ser muito grande.

Como é vivido este espaço do teatro Camões?
O espaço de um teatro não pode ser só o espaço da sala lá dentro. Tem que haver uma vivência e uma envolvência toda à volta. E aqui podemos fazer isso. A animação à volta deste espaço é fundamental, até porque traz novo público. E aqui há um público jovem, muito crítico, mas de uma crítica mais despretensiosa.

Como é que todos os que aqui trabalham vivem este espaço e o PN?
É como em todo lado, há quem defenda muito e há quem não goste nada, estou a falar, nomeadamente, dos bailarinos. E mesmo o público, às vezes, acha difícil aqui chegar. Eu acho que tem a ver com o tempo, porque me lembro disso no Centro Cultural de Belém (CCB). O CCB não está no centro da cidade, está numa das pontas e ao contrário do TC não tem metro. E, embora o teatro não tenha o seu parque de estacionamento, há parques de estacionamento à volta que as pessoas não conhecem porque, mais uma vez, a sinalética não é perceptível.

Aproveitam o espaço público?
Mostramos que o espaço público tem utilização e merece utilização. Houve uma altura em que tivemos uma esplanada que foi fundamental para trazer pessoas e dar a conhecer o teatro. Abandonámos essa ideia porque a esplanada é muito sazonal e no inverno não resulta. O que está a ser pensado é termos uma esplanada exterior na Primavera e no Verão, e ter um lounge lá dentro mesmo, para depois dos espectáculos as pessoas aproveitarem. Mas, claro, para tudo isto é preciso dinheiro. Qualquer iniciativa no espaço público tem que ter autorização e essas autorizações às vezes demoram, mas não temos tido problemas. Ainda em Setembro passado tivemos aqui as bandas – uma iniciativa que funciona muito bem. Também já pensámos trazer o Festival Ao Largo, que acontece no exterior do Teatro de São Carlos, até aqui, mas temos o problema da acústica. Aqui o que temos de conquistar é a nova comunidade que é imensa. E há vida de cultura aqui.

E como correu o projecto com a escola Vasco da Gama? O Quebra-Nozes?
O projecto da escola, no ano passado, foi um projecto que já tinha na manga há uns tempos, andava a pesquisar a escola. De facto é uma escola muito particular. Por vezes é difícil as escolas virem ao teatro. O que a companhia pensou foi levar a CNB à escola. Sairmos do nosso espaço e irmos ter com a escola. Foi um grande projecto, quase seis meses de trabalho com a escola, em que eles vinham cá e nós íamos lá. Fazíamos lá as coreografias e eles vinham cá fazer os fatos e os cenários. Eles montaram inteiramente um espectáculo sob a orientação de todas as equipas da companhia. Tivemos a escola toda. Para nós a grande surpresa foi que o projecto era para o 9º ano e, de repente, tinha a escola desde o jardim infantil até ao director envolvidos no projecto. Foi fascinante. Temos tido muito feedback po
sitivo. Hoje em dia tenho visto, em todos os espectáculos, alunos da escola a virem com os pais ou sozinhos. A comunicação dos filhos para os pais também é importante

Ficou a semente?
Para além do projecto de traba-lho em si, há aqui uma relação afectiva com o próprio público que é fundamental. Não se consegue criar novo público se não houver uma relação afectiva também.

Pretendem continuar a colaboração com as escolas?
Sim. Esperamos fazer outro tipo de projectos em várias áreas, mas esperamos também conseguir continuar a colaborar com esta escola. Depois do espectáculo do ano passado, foram tantos os pedidos que é impossível estarmos nisto sozinhos. Temos que criar uma equipa que se dedique a projectos educativos.

Fazem visitas aqui ao TC?
Quando nos instalámos no teatro, havia uma coisa fantástica que era o Programa Educação da Parque Expo que trazia muitas escolas. Uma das actividades era fazerem aqui uma visita e uma brincadeira no palco, dependendo das idades. Neste momento não está instituído porque se perdeu um pouco o ritmo. É um ano de transição.

Do ponto de vista financeiro como conseguem levar a companhia para fora do TC?
É difícil, mas as câmaras ajudam e temos um mecenas que é a Fundação EDP. Neste momento a Fundação EDP está connosco para as digressões, para levar a CNB para fora da sua casa e para fora de Lisboa.

Neste aspecto estão dependentes do mecenato?
Sim, do mecenato que ainda não está muito instituído em Portugal. E isso foi engraçado porque, aquando do projecto com a Escola Vasco da Gama, os miúdos também tiveram de procurar parcerias. Além disso, entenderam que a receita do espectáculo seria a favor de uma instituição o que também foi bom, porque tiveram não só a vertente de espectáculo, mas também a vertente social dentro do projecto que fizeram.

O facto de estarmos a falar de dança torna questões como parcerias e mecenato mais difíceis?
Honestamente acho que as coisas estão a melhorar, evoluíram muito No entanto é mais fácil encontrar mecenas para música do que para dança. Música ou ópera. Ópera sobretudo é muito forte e a dança é o parente pobre. Mas acho que não nos temos que ver assim. É mais difícil, mas chegamos lá. A música é algo a que se está mais habituado. Agora, quando conseguimos juntar a música à dança, isto é, música ao vivo com dança, aí é sempre um sucesso.

O que nem sempre acontece?
Nem sempre, e há mesmo bailados que não se podem fazer se não com música gravada.
Às vezes é uma obrigatoriedade do próprio coreógrafo. Também por causa dos tempos musicais, a coreografia é tão exacta quanto exacta é a música, portanto tem que ser gravada. No entanto, também já fizemos vários espectáculos com música em palco. Para um bailarino, e eu também o fui, a emoção da música ao vivo é outra. Com a associação ao Teatro Nacional de São Carlos, voltámos a ter a orquestra connosco, não em todos os espectáculos, mas nos espectáculos de Natal, temos sempre a orquestra. É uma mais-valia e é o espectáculo do ano.

E como é que o teatro sobrevive?
Um teatro como as nossas casas não vive sem manutenção. A renda é suportada pelo ministério, mas depois toda a manutenção é suportada por nós, pelo nosso orçamento. Por isso é bom termos aqui alguns eventos. Neste momento temos o “Prós e Contras” e a nossa grande contrapartida não é propriamente o pagamento, mas sim os spots publicitários. Aos poucos vamos garantindo estas contrapartidas. O mecenato em Portugal não está ainda instituído, não é como nos EUA que vivem só disso.

A equipa do próprio teatro é suficiente para as necessidades?
A equipa do teatro não é tão grande assim, para crescermos mais em termos de programação temos que crescer também em equipa técnica. É um esforço muito grande para todos. Para alguns eventos contratamos técnicos de fora, mas é bom ter uma equipa residente. Não precisa de ser muito grande.

Como é vivido este espaço do teatro Camões?
O espaço de um teatro não pode ser só o espaço da sala lá dentro. Tem que haver uma vivência e uma envolvência toda à volta. E aqui podemos fazer isso. A animação à volta deste espaço é fundamental, até porque traz novo público. E aqui há um público jovem, muito crítico, mas de uma crítica mais despretensiosa.