Renault Megane CC 1.5dci

A Renault é uma das marcas que mais modelos consegue criar a partir de uma base só, mantendo inalteradas todas as características basilares dos modelos origem: segurança, comportamento, qualidade.

Com os novos consumidores cada vez mais sedentos de novidades e por isso mesmo mais propensos a nichos de mercado, a Renault, marca atenta que é a este fenómeno, resolveu manter o Megane na sua versão cabrio, com tecto escamoteável rígido.

Para isso a marca opta por um design que a concorrência também usa, ou seja, um terceiro volume capaz de alojar a capota. Sistema já testado e amplamente usado, tem com o tempo sofrido melhorias substanciais e é hoje possível usar este sistema e ter um “normal” três volumes – com a qualidade, isolamento térmico/acústico, rigidez e comportamento quase idêntico ao do modelo totalmente fechado.

Dito isto, percebe-se que entrar neste Mégane em nada difere (pelo menos à frente) do modelo tradicional. O mesmo painel de instrumentos em material mole, os mesmos bancos. Tudo igual. Atrás nota-se menos espaço disponível mas totalmente adequado para dois adultos.  Em estrada, mantém-se o bom resultado que a Renault nos habituou em termos de comportamento do Megane, embora aqui se note o peso acrescido e uma menor facilidade em atingir um patamar de velocidades, obviamente devido ao superior peso que os reforços estruturais têm, assim como, ao peso do sistema eléctrico da capota.

Nota-se também uma ligeira subviragem, facilmente controlável. De resto nada mais a assinalar.

Mesmo com o mau tempo que se fazia sentir, era imperdível testar este modelo e não “o abrir”. Cedo se percebeu o bom trabalho em termos de aerodinâmica feito pela Renault, pois foi possível circular a céu aberto (para quem gosta, só mesmo com chuva é que se coloca a capota nestas viaturas, pois o prazer e a sensação de liberdade é enorme), sem que o vento entrasse em demasia no habitáculo.

Que mais há para dizer? Repetir talvez que a marca continua apostada em oferecer qualidade aos seus clientes e mesmo nesta viatura, que os materiais são de qualidade, suaves ao toques e sem ruídos parasitas e que a torção da viatura não se sente, o que diz bem da qualidade dos reforços na estrutura. Em termos de consumos, o modelo sofre ligeiro acréscimo relativamente ao modelo “fechado” mas estamos a falar de valores superiores em 0,5 a 1 litro, ou seja, entre 5,2 a 6,5l em cidade e ciclo urbano.

Importante referir que este modelo trazia consigo a caixa de dupla embraiagem EDC, que permitia viagens ainda mais sossegadas e uma mais valia permanente, tais as vantagens que apresenta, ao mostrar-se sempre disponível e com “inteligência suficiente para adivinhar” a nossa condução e colocar de seguida a relação mais adequada. Por isso mesmo o preço deste modelo oscila entre os 32.000€ e os 35.000€ da unidade ensaiada.