Nova Escola: balanço

Depois da tão aguardada abertura da nova Escola Básica do PN é altura de se fazer um balanço dos primeiros meses de actividade. Ficam algumas questões colocadas a um grupo de encarregados de educação e a Maria José Soares, presidente da Comissão Administrativa Provisória da Escola Básica do Parque das Nações.

Veja o vídeo da inauguração da nova escola

Em vossa opinião qual a importância da abertura da Escola Parque das nações para a população?
O Parque das Nações tem a população de uma cidade de média dimensão, superior a algumas das capitais de distrito do Interior. Com apenas uma escola pública, sobrelotada, a abertura da escola Parque das Nações era uma necessidade premente. A escola é também um meio de construir a comunidade – os vizinhos conhecem-se, as crianças fazem novas amizades, e há uma ambição comum que une as pessoas – ter uma boa escola para os seus filhos.

O espaço cobre as necessidades da população?
Em relação ao Jardim de Infância e 1º ciclo, esta 1ª fase da escola Parque das Nações veio melhorar muito a resposta educativa para a população que vive e trabalha no Parque das Nações.
Mas as necessidades não se esgotam nestes níveis de ensino. É fundamental dar continuidade ao projecto da escola – como está não serve as necessidades actuais. Importa construir as restantes infra-estruturas para dar resposta ao 2º e 3º ciclos, ou seja, até ao 9º ano. Em relação ao Ensino Secundário, pensamos que, com a criação do mega agrupamento de escolas Eça de Queiroz, que engloba a Escola Parque das Nações, Escola Vasco da Gama e Escola Eça de Queiroz, esta última passe a ser a escola de referência para o ensino secundário. Pelo menos parece ser essa a intenção do Ministério… que os agrupamentos possam dar resposta aos alunos desde o pré-escolar até ao 12ºano.

E esta 1ªfase da Escola Parque das Nações reúne as condições necessárias ?
É importante começar por dizer que estamos conscientes e reconhecemos que a criação das condições mínimas para a abertura da 1ªfase da escola em Janeiro, só foi possível com o empenho, esforço e disponibilidade da Direcção do Agrupamento de Escolas Eça de Queiroz e da Coordenação da Escola Parque das Nações.
Nesta 1ªfase, inaugurada com muito destaque, pela presença da senhora Ministra da Educação e do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ainda faltam algumas infra-estruturas que consideramos essenciais. Não existem instalações desportivas ou cozinha, e o refeitório existente é adaptado da futura sala de música. O recreio não é espaçoso, faltam equipamentos lúdicos e sombras. Neste momento, as crianças utilizam o espaço das salas não ocupadas do 1º ciclo para fazer desporto e uma zona coberta do recreio. O espaço não é o ideal, nem é possível ter equipamentos mais diferenciados. Para o próximo ano, com a abertura de mais turmas de 1º ano, estas “faltas” ainda serão mais notórias e a capacidade de resposta em termos de espaço será menor. Só com a construção da 2ªfase da escola é que está prevista a construção destes espaços desportivos, de recreio e de refeitório.
No entanto, até à sua construção, uma hipótese seria o estabelecimento de protocolos com outras instituições escolares e desportivas que existem no Parque das Nações, que poderiam rentabilizar os seus equipamentos e prestar um serviço a esta comunidade.

Pelo que sabemos, os pais rapidamente se organizaram,  e têm trabalhado em conjunto. Quais vão ser as vossas medidas imediatas?
Realmente, os pais, através dos seus representantes, sentiram, desde o primeiro momento, a necessidade de se organizarem. O início deste ano escolar foi muito conturbado; o Ministério só deu resposta ao pré-escolar a partir de Janeiro, as crianças do 1º ciclo ficaram em monoblocos durante o 1º período lectivo, havia muitas incertezas em relação às condições de início da nova escola… Enfim, neste contexto era impossível não nos reunirmos e trabalharmos em conjunto pois todos tínhamos um mesmo objectivo: poder contribuir para ter uma boa escola.
Em relação às medidas imediatas, há muito a fazer. Os pais são uma parte importante da comunidade educativa, por isso podem e devem contribuir duma forma activa com, e para, a escola. Através dos representantes dos pais, e com o apoio da direcção de agrupamento e coordenação da escola, iniciámos o processo de criação da futura Associação de Pais da Escola Parque das Nações. Nesse sentido, no dia 23 de Fevereiro foi realizada uma Assembleia Geral de Pais e Encarregados de Educação, com o objectivo de discutir e aprovar os estatutos e a comissão instaladora desta futura associação de Pais. Uma Associação de Pais é uma peça fundamental numa escola!

Que balanço fazem dos primeiros meses da Escola?
Apesar das faltas, não há dúvida de que é um espaço onde as nossas crianças se sentem bem! Decorridos quase dois meses após a sua abertura, a escola está mais humanizada. No seu interior é mais evidente o colorido das salas e no recreio já vai surgindo uma pequena horta biológica.
Numa zona essencialmente residencial, onde raramente se avistam transeuntes, o arranque do Jardim de Infância e do 1º ciclo propiciou um ambiente saudável ao cruzarem-se diariamente as três gerações: filhos, pais e avós. Esta nova dinâmica veio beneficiar o comércio circundante, embora seja fortemente condicionado pela problemática do estacionamento.  
As equipas envolvidas neste projecto estão motivadas e pensamos que são o motor para tornar este espaço numa escola modelo.
Do ponto de vista pedagógico, parece-nos que, no geral, os pais estão satisfeitos, e há excelentes exemplos de muita qualidade pedagógica.
O pessoal não docente, que poderia ser mais reforçado em número, parece-nos esforçado e atento às crianças.

Que preocupações têm actualmente e gostariam que fossem esclarecidas e resolvidas?
Enquanto Pais preocupa-nos a indecisão quanto ao arranque da 2ª fase da escola, dado que temos 2 anos para ter os primeiros alunos prontos para iniciar o 2º ciclo, e porque é nessa 2ªfase que se prevêem equipamentos essenciais para as crianças que já frequentam a escola.
Para além disso, preocupa-nos a manutenção da qualidade pedagógica que esta escola já tem, e que é um ponto crucial para qualquer escola. Era bom que a escola pudesse dar continuidade aos bons exemplos pedagógicos. Não é possível ter uma boa escola sem bons professores.
Seria excelente que algumas situações de espaço, equipamentos e infra-estruturas imediatas fossem resolvidas; como, por exemplo, o equipamento lúdico de recreio, sombras, equipamento desportivo, etc..
A segurança rodoviária é também um problema. Na realidade, os automobilistas ainda não estão familiarizados com a existência da nova escola e o consequente aumento da circulação de peões nas passadeiras. Uma ideia que gostaríamos de ter oportunidade de propor à Parque Expo seria a criação dum autocarro escolar entre a zona norte e a zona sul do Parque das Nações. Este transporte, a existir de manhã e ao fim do dia, seria uma excelente oportunidade de evitar a excessiva  circulação automóvel, fomentar o espírito de comunidade e o consequente impacto ambiental. Acreditamos que esta ideia pode ser uma medida exemplar de reforço da qualidade de vida das pessoas que vivem, trabalham e visitam este espaço único de Lisboa.
O estacionamento automóvel é também um problema, agora adiado pela utilização do espaço da obra da 2ªfase.
Gostaríamos de reforçar aqui a ideia de que, felizmente, muitas destas preocupações são partilhadas com a a direcção do agrupamento e a coordenação da escola. Só assim, com reforço mútuo das nossas posições, em tudo aquilo que sejam comuns, é que é possível construir uma boa escola.

Maria José Soares, presidente da Comissão Administrativa Provisória da Escola Básica do Parque das Nações.

Qual a importância que este espaço escolar tem para esta zona da cidade?
Esta Escola corresponde a um legítimo anseio de residentes e trabalhadores do Parque das Nações; assume considerável importância por poder vir a suprir alguma da procura a que a escola existente na zona norte, Vasco da Gama, já não conseguia dar resposta .

Qual a sua visão para a nova escola do Parque das Nações?
A nossa visão para este estabelecimento de educação e ensino é a visão que temos para o agrupamento: liderança de processos de excelência para a aquisição de saberes e de competências a todos os níveis e adequados aos destinatários.
Este equipamento (escola) é suficiente para a comunidade do Parque das Nações?
Tanto quanto julgo saber, esta Comunidade é muito jovem e continua a crescer. Neste sentido, a curto prazo, esta Escola será também insuficiente. No entanto, parece haver já a promessa da CML de uma outra escola para servir esta zona e os bairros que estão a nascer ainda mais a sul.

Qual a perspectiva de início e finalização da 2ª fase da Obra?
Ainda não nos foram dadas perspectivas exactas. Temos a esperança de que os nossos actuais alunos possam ter continuidade nos 2º e 3º ciclos.

Que balanço faz dos primeiros meses da escola?
Como em qualquer  organização, o início nunca é fácil nem simples. O agrupamento tem feito um considerável esforço em apetrechar a nova escola com todos os equipamentos e materiais necessários para a humanizar, tornar agradável e confortável, para os seus pequeninos utentes e também para os adultos que lá trabalham.
Outro investimento exclusivo do agrupamento foi na colocação do pessoal operacional que assegura a higiene e segurança.
Como balanço, diria que o processo de educação e de ensino aprendizagem está a decorrer com normalidade e com qualidade e que o funcionamento da escola decorre sem sobressaltos; contudo, há, também, o desânimo da incompreensão de alguns encarregados de educação, perante o nosso sério e constante trabalho e o empenho sistemático em levar para a frente este projecto, com objectivos de excelência.