Mobilidade Suave

Que idade tens, onde moras e o que fazes?
Chamos-me Bruno Contente Gomes, tenho 38 anos, moro na zona norte do Parque das Nações, sou jurista de formação e a minha actividade está relacionada com os Fundos Estruturais da UE.

Quando e porquê começaste a andar de bicicleta?
Comecei há cerca de 1 ano a utilizar a bicicleta como meio de transporte diário para o trabalho, após ter-me apercebido de que os 20 minutos que tardava a pé poderiam ser mais bem aproveitados, para alargar o itinerário e deliciar-me com os passeios junto ao rio. As vantagens são tantas que nem sempre é fácil enumerá-las, mas aquelas que mais se destacam, para além do exercício físico, é a oportunidade de fazer algo que a quase todos, desde criança, dá um enorme prazer e uma sensação de liberdade. É verdadeiramente um privilégio, para além de as flutuações do preço do combustível serem também coisas do passado (excepto aos fins-de-semana).  
Pode ser também consequência da crise (ou não só…) mas cada dia que passa vejo mais residentes do Parque a utilizar a bicicleta em termos que vão claramente para além dos habituais passeios de fim-de-semana.

Que tipo de uso dás a este meio de transporte?
O facto de na zona do Parque das Nações estarem disponíveis um significativo número de serviços, comércio, zonas de lazer, etc.., permite-me uma utilização quase exclusiva desse meio de transporte. Confesso que há alguns dias de inverno mais rigorosos, em particular, de chuva intensa, que me impedem de ser 100% fiel a esse meio de transporte, mas é graças à bicicleta que vou frequentemente a casa à hora do almoço. Outro desafio que tenho, este ano de 2012, será o de transportar o meu filho Diogo (18 meses) para o Infantário que fica também próximo da zona norte do Parque, apesar de não ter vias de acesso tão amigáveis.

Qual é a tua opinião sobre as ciclovias (chapas de metal e corredores) que foram criadas, na zona? Que sugestões dás para tornar o PN mais ciclável? Apesar de terem sido feitas algumas intervenções positivas na zona, julgo que as principais artérias do Parque das Nações não reúnem as mínimas condições para a circulação de bicicletas, o que limita a sua utilização livre pela zona. Recomendam-se portanto passeios lisos, passadeiras rebaixadas e corredores nas principais artérias, no PN (ex. Av. D. João II e a Alameda dos Oceanos).
Acredito que as autoridades devem mudar a sua perspectiva actual, que incide maioritariamente na vertente lúdica e desportiva da utilização da bicicleta, em detrimento da promoção da utilização da Bicicleta como meio de transporte utilitário.  

O que mudou na tua vida desde que começaste a usar a bicicleta como meio de transporte?
Bem, vou enumerar alguns dos aspectos mais importantes e que são bem reveladores do impacto que este meio de transporte teve na minha vida quotidiana.
Economia: Adquirir uma bicicleta pode sair bastante em conta dada a grande variedade de oferta. A segunda economia e, provavelmente a mais importante, vem do facto de não ser necessário o recurso aos combustíveis fósseis (apenas H2O + Cal);
Saúde: A sua utilização diária e regular permite-me obter resultados que poucas vezes seriam conseguidos nas intermitentes idas ao Ginásio.
Ambiente: Como diz o ditado, uma andorinha não faz a primavera, mas também é verdade que não se vê uma primavera sem andorinhas. A bicicleta é um dos meios de transportes menos poluentes, e ainda significa que haverá menos um carro a circular na estrada.
Velocidade: Não é difícil de comprovar que, na realidade, a bicicleta é um dos meios de transporte mais rápidos em distâncias até 15Km, o que torna viável a sua utilização na maioria das nossas cidades. No meu caso, a bicicleta supera sempre o tempo do automóvel.
Lazer: Combina a sua função utilitária com o lazer, permite-me fazer agradáveis passeios em cada uma das minhas deslocações diárias para o trabalho, mas, sobretudo, aos fins-de-semana serve na perfeição para explorar todas as zonas e espaços do PN, na companhia do filhote Diogo e da mãe Karolina.