Diário de Bordo – Edição nº 52

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“Cabo Ruivo, local onde se encontra implantada a Marina do Parque das Nações, teve uma importância muito grande no panorama da aviação comercial em Portugal”

A reabertura da infra-estrutura da marina, em Agosto de 2009, constituiu um passo importante na revitalização de todo o espaço da Zona Sul do Parque das Nações, estabelecendo a ligação ao mar da Expo dos Oceanos e permitindo assim o regresso das embarcações que se encontravam dispersas por várias docas. No entanto, como sempre anunciámos, os objectivos da ANMPN, partilhados também pela Concessionária MPN, não se esgotam na criação do plano de água para o estacionamento das embarcações. Através do desenvolvimento de um conjunto de actividades náuticas e de lazer no espaço da marina, pretende-se colocá-lo como um pólo de animação ímpar de toda a  zona urbana nascida com a Expo ‘98, potenciando não só a exploração do Porto de Recreio, mas também, contribuindo para o desenvolvimento de uma nova cultura náutica que leve a população a usufruir cada vez mais do prazer de navegar no grande estuário do Tejo, e através deste, visitar e ter acesso à cultura das populações ribeirinhas que, no decorrer dos séculos, se foram fixando ao longo das suas margens.
A finalização, no próximo mês, das obras de recuperação do Edifício Nau bem como do Terrapleno junto ao Edifício da Capitania onde será instalado o estaleiro para pequenas reparações, estacionamento a seco e  pavilhões de apoio às actividades náuticas de natureza ligeira, constituirá mais um passo na persecução dos objectivos atrás referidos.
Aproveitando a conclusão destas infra-estruturas da componente envolvente da marina, a ANMPN, em articulação com a AMCPN – Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações e com a Concessionária da Marina – MPN, preparou um conjunto de actividades para serem inseridas no Programa Festival do Parque das Nações, que comemorará os 12 anos da realização da Exposição Universal ’98 – a Expo dos Oceanos.
A componente náutica do Programa do Festival do Parque das Nações incluirá, no sábado, dia 22 de Maio, uma celebração religiosa no Edifício Nau, seguida de uma Bênção das Embarcações, que será realizada pelo Rev. Padre da Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes. Nesse fim-de-semana, e a exemplo do que aconteceu no dia de reabertura, a Marina do Parque das Nações receberá a visita das embarcações da Marinha do Tejo – Embarcações Típicas do Tejo que constituem o pólo vivo do Museu de Marinha, inscritas no Livro de Registos da Marinha do Tejo em exposição naquele Museu.
Após a Cerimónia da Bênção, as embarcações ficarão disponíveis para passeios no rio, em frente à zona ribeirinha do Parque das Nações, para todos aqueles que quiserem usufruir do imenso prazer de navegar no grande estuário do Tejo, em particular, para os residentes no PN, que terão assim oportunidade de conhecerem a sua terra vista do rio.
No Domingo, dia 23 de Maio, terá lugar na Bacia Norte da Marina, o Torneio do Parque das Nações da Vela Rádio Controlada – MicroMagic. Trata-se de uma modalidade em franco crescimento que conta com cada vez mais adeptos, e que espera com este evento, realizado num local de excelência como é o PN, conseguir uma divulgação mais alargada e a adesão de novos entusiastas. Esta é aliás, uma das várias actividades que estão pensadas para a Bacia Norte da Marina, enquanto este espaço não se tornar necessário como expansão do estacionamento de embarcações ora proporcionado pela Bacia Sul.
Finalmente, durante o fim-de-semana de 22/23 de Maio, estará ainda patente no Edifício Nau, uma Exposição sobre o Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo, consubstanciada em fotografias gentilmente cedidas pela ANA Aeroportos de Portugal,  a quem, desde já, publicamente agradecemos. Cabo Ruivo, local onde se encontra implantada a Marina do Parque das Nações, teve uma importância muito grande no panorama da aviação comercial em Portugal. Nos anos trinta e quarenta do século vinte, Lisboa, como capital mais ocidental da Europa, afirmou-se como um terminal por excelência para todo o tráfego da aviação europeu e americano transatlântico. Foi então criada uma solução mista, com um aeroporto na Portela para o tráfego de e para a Europa que, na altura, era maioritariamente terrestre, e um aeroporto marítimo em Cabo Ruivo, para o tráfego transatlântico. Para assegurar esta complementaridade foi construída a Avenida de Berlim que interligava o Aeroporto da Portela (terrestre) ao Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo, e que na altura era chamada «Avenida entre Aeroportos». É, ao fim e ao cabo, um pouco desta história que queremos contar através de uma exposição fotográfica que fará reviver, em Cabo Ruivo (Edifício Nau), a memória dos hidroaviões no Grande Estuário do Tejo.
Contamos consigo.
Saudações Náuticas,