Faces – Pessoas do Parque

Acredito que sou jornalista desde criança. Cresci no meio, habituei-me desde muito novo a esta vida. É verdade que tive um grande professor. Lembro-me, como se fosse ontem, de pedir ao meu pai para levar-me com ele para a “tevisão”.
Na RTP, no Lumiar, ainda acompanhei a magia da montagem de reportagens em filme. Mais tarde, passei tardes mágicas na redacção e nos estúdios da 05 de Outubro.
O destino estava traçado e ainda durante o primeiro ano de faculdade comecei a trabalhar. Ao contrário da maioria dos estagiários, aos 18 anos conhecia já a realidade da profissão.
Juntei o útil ao agradável e comecei na editoria de desporto, uma das minhas grandes paixões.
Estive na TVI até ao dia 30 de Setembro de 1998.
Não esqueço a data porque coincidiu com o encerramento da Exposição Mundial de Lisboa. Confesso que não vi o fogo-de-artifício que marcou o final da Expo98 porque estava a viajar para Itália, já ao serviço da SPORT TV.
É precisamente a SPORT TV a “responsável” por estar a escrever estas linhas. A opção da empresa em mudar-se para o Parque das Nações foi decisiva para também eu, uns anos mais tarde, escolher morar nesta margem do Rio Tejo.
Mudei sem saber muito bem o que viria encontrar. À partida tinha apenas a certeza que não iria perder tempo no trânsito. Ir trabalhar a pé era e continua a ser um luxo.
O Parque das Nações acabou por ser uma grande surpresa. É uma zona nova, com todos os benefícios que daí advêm, mas ao mesmo tempo parece um bairro com tradição. No café ou na mercearia sabem o que gosto e sobretudo tratam os meus filhos pelo nome. A caminho do trabalho, as pessoas param para conversar.
Gosto da segurança que existe aqui. Nas noites de verão gosto de poder dizer ao meu filho para ir buscar a bicicleta que vamos todos comer um gelado à Marina. Pode parecer que não é nada de mais mas hoje em dia são cada vez mais raros os locais onde podemos passear sem grandes problemas de segurança.

É difícil escolher um local preferido, o Parque das Nações vale pelo todo.
Estamos ao lado do rio, temos uma vista magnífica. Quando chegamos a Lisboa, pela Ponte Vasco da Gama, é com orgulho que dizemos: “Eu moro ali”, enquanto apontamos para o Parque das Nações.
A lista é extensa: Oceanário, espaços verdes sempre muito bem cuidados, parques infantis, o Pavilhão Atlântico palco de grandes espectáculos e aí por diante. O problema das escolas parece resolvido pelo que temos uma grande pequena cidade chamada Parque das Nações.
É um orgulho e um privilégio morar aqui.