Crónica do Parque

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NAÇÕES AO ALTO

UMA UTILIDADE PARA A TORRE DA REFINARIA – um grupo empreendedor está a negociar a aquisição do lote que alberga a torre e que possui potencial de construção de 600m2 nos pisos intermédios, para desenvolver projeto de naming desse equipamento por empresa nacional, capaz de implementar e manter um centro de interpretação que promova a sua marca em simultâneo com a sustentabilidade futura, direcionado à comunidade local e ao turismo.

O QUE PODE FAZER PELO SEU BAIRRO? – tendo razões de queixa deve notificar  as autarquias; pode interpelar diretamente os responsáveis (presidentes, vogais e diretores) de preferência com cobertura da comunicação social; é eficaz pressionar os departamentos municipais através de ações cívicas de substituição das competências; ou ainda colocar na agenda de vereadores do município um problema, apresentando-o acompanhado de solução viável. Por vezes resulta.

ABERTURA DE INSTALAÇÕES SOCIAIS E DE SAÚDE – é de longe nesta Junta, o pelouro que apresenta melhor trabalho e resultados práticos, pondo a funcionar uma Loja Solidária e o Centro de Enfermagem e Psicologia (aberto a toda a população), em que equipamento e o material hospitalar necessário foram doados pela Fundação AXA e pelo Hospital CUF das Descobertas.

PETIÇÃO INTERESSANTE – apoio a proposta de criação da Biblioteca Académica de Lisboa no Pavilhão de Portugal http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=biblio-acad-lisboa que por se tratar de um edifício classificado de interesse histórico tem de se manter na esfera do Estado e fica de fora da equação de ativos alienáveis da Parque Expo, logo tem de servir uma missão que bem pode passar por esta biblioteca.

AGENDA DO PARQUE – meio digital que através de newsletter divulga os muitos eventos que ocorrem na freguesia, sem qualquer apoio oficial tal como noutro campo, acontece com a Corrida Noturna do Parque das Nações que já vai na 6ª edição.

REPAVIMENTAÇÃO DA ILHA DOS AMORES – No outono passado após prolongada intervenção da Climaespaço o pavimento desta via ficou aos remendos e meses depois o piso começou a ceder mas em boa hora veio outra obra infra estrutural no mesmo local, o asfalto foi convenientemente reparado, ficou liso como em novo. Assim sim.

NAÇÕES EM BAIXO

BANDEIRAS DO ROSSIO DOS OLIVAIS – mesmo com o fosso alagado não merece ficar em cima, pois continuam a faltar cerca de 30 bandeiras, muitas mais estão esfarrapadas e cresce o nº de mastros descaraterizados, a juntar às respostas sem nexo que o presidente da JF deu à LUSA sobre o tema, onde o problema passava pela extinção da Jugoslávia e pelos novos países como a Moldávia que gostariam de estar presentes (fique a saber que junto à Pala estão 13 mastros sem utilização), concluindo, no entanto, que a compra ou a manutenção da obra, afinal, não era competência da junta que dirige!

SUBSÍDIO MAL EXPLICADO – volto ao tema da atribuição ao Navigators de verba pública que teria como finalidade custear o aluguer de recintos mas face ao encerramento da escola de futebol, as aulas de judo reduzidas a metade e o ténis cada vez com menos atletas, leva-me a supor que o subsídio serviu apenas para compor as depauperadas finanças do clube injetando 10.000 €, um valor que investido em publicidade nas camisolas do Olivais e Moscavide teria algum retorno e permitiria ao clube campeão distrital manter as suas equipas nas competições oficiais.

ARTE PÚBLICA GRAFITADA – o desleixo e a ausência de vigilância no Parque levou a que os delinquentes se sintam impunes para vandalizar o nosso património artístico e cultural, como se verifica no Pavilhão de Portugal, na escultura Cursiva (Amy Yoes), nos Jardins da Água (Fernanda Fragateiro) e imagine-se, a obra Horas de Chumbo (Rui Chafes) restaurada este verão já se encontra de novo carimbada.

UM FLAGELO CRESCENTE – nada parece escapar aos criminosos grafiteiros, todos os suportes servem para dar uso aos sprays: fachadas públicas e privadas, muros, equipamento de serviços coletivos, portas, montras de lojas, portões de garagem, passeios e calçadas, candeeiros, papeleiras, chafarizes, bancos, sinalética, pilaretes, parquímetros, postes, mastros e árvores, o que até ao momento não parece importar às autoridades competentes.

OUTRO NATAL SEM ILUMINAÇÕES ALUSIVAS? – a JFPN e a sua subsidiária AMCPN, demitiram-se de promover iniciativas de animação natalícia, por isso no Parque das Nações as únicas iluminações e enfeites de Natal são as do CC Vasco da Gama, para desconforto do comércio tradicional local.

O FUTURO DA GESTÃO URBANA PÓS PARQUE EXPO
A Parque Expo, agora gerida por uma comissão liquidatária com vista à sua extinção, é ainda proprietária do Oceanário, da Marina, e do Pavilhão de Portugal, tem uma participação na Gare Intermodal, possui vários lotes imobiliários (por exemplo o da escola do Parque das Nações) e a Torre da Refinaria. Durante o processo de liquidação, as equipas técnicas da Parque Expo continuarão a apoiar as sociedades Polis de norte a sul do país, na reabilitação e regeneração do litoral, com investimento previsto de 300 milhões €, 80% dos quais fundos comunitários. O sentimento dos quadros atuais é de orgulho por terem participado na equipa que concebeu e geriu o projeto do Parque das Nações até final de 2012, um legado reconhecido mundialmente.
À data da transição administrativa, a empresa sugeriu ao município que aproveitasse alguns dos experientes técnicos da PEGU conhecedores do terreno. Como a agenda política do presidente da CML apontava noutra direção, veio a recusar a oferta com o mau resultado que nós parquenses conhecemos de perto.  
É do conhecimento público que no âmbito do acordo de venda dos terrenos do aeroporto, a Câmara conseguiu 110 milhões € destinados a liquidar à Parque Expo as dívidas de Lisboa e de Loures pela manutenção do território, o custo das infra estruturas e do espaço público recebidos. O que poucos sabem é que o município não aceitou a fatura e após negociar, veio a descontar o valor que previa suportar com intervenções estruturantes de restauro (iluminação, parques, vias, etc.) e também com a manutenção dos espaços verdes e espaço público, retendo cerca de14 milhões € destinados a investir na qualidade de vida do Parque das Nações.
Até ao presente aqui na freguesia as intervenções estruturantes foram zero, a requalificação quase nula e o orçamento disponível é insuficiente para atingir os standards de manutenção local que nos foram prometidos. Atrevo-me a adivinhar que os milhões subtraídos ao Parque estão bem à vista de todos, só que lá para as bandas da Ribeira das Naus.
É evidente que sem um considerável reforço do atual paradigma financeiro que levou à queda dos serviços públicos, nunca iremos alcançar a tendência de normalização na manutenção a que um membro do executivo local, aludia na última edição do Notícias do Parque. Pelo contrário, com o tempo o nível da manutenção tenderá a decair e muito.

Desejo a todos os leitores um santo Natal e um melhor 2015 para o Parque das Nações.

José Teles Baltazar
recomenda Sunlover

1. Talude desabado no Parque do Tejo;
2. Cursiva, escultura grafitada;
3. Pavilhão de Portugal abandalhado;
4. Rossio dos Olivais – Mastros descaraterizados
5. Sinalética incompleta