Casino Lisboa

Na Galeria de Arte do Casino, quais são os critérios de escolha das exposições?
Ana Catarino – Temos um procedimento muito fácil. Ao longo do ano recebemos pedidos para exposições de pintura, escultura, fotografia, e de pessoas que têm colecções, que têm galerias, de maquetistas. Normalmente vêm ao Casino, agendamos uma reunião e mostram os seus trabalhos. Depois têm que nos enviar uma proposta oficial em que dizem que obras de arte vão expor e se já têm em mente um tipo de exposição. Juntamos toda essa informação e no fim do ano vemos todas as propostas. Analisamos uma a uma e decidimos se as conseguimos fazer no Casino. A nossa Galeria de arte não se destina apenas a exposições, mas também a outros eventos, portanto temos que gerir o tempo de utilização da galeria. Tentamos ter, pelo menos, duas exposições internacionais por ano e, depois, outras que são apelativas para o nosso tipo de público. Tivemos agora uma exposição do Moto Clube de Faro e, no início do ano, tivemos uma de maquetas de comboios eléctricos. Mas também temos exposições de obras de arte de artistas que são conhecidos, que nunca expuseram. Pode ser um amador, qualquer pessoa se pode candidatar. O critério é vasto.

Consegue caracterizar o tipo de público que visita a Galeria do Casino?
AC – Depende. Obviamente que as exposições mais apelativas são as de carros, de motas, as que são um pouco interactivas. Exposições de pintura, de fotografia têm um pouco menos de vida para o público que vem ao Casino. Nós é que depois lhes damos vida.

Que outras iniciativas ocorrem na Galeria?
AC – Temos, por exemplo, exposições de solidariedade como a que decorreu Dezembro passado, em que os quadros foram vendidos e a verba reverteu para obras de caridade apoiadas pela OIKOS, que é uma organização não governamental.

Outro espaço emblemático do Casino de Lisboa é o Auditório dos Oceanos. Como se processa a escolha dos espectáculos?
Emília Santana – A programação do Auditório dos Oceanos é feita em parceria com a empresa produtora de espectáculos UAU. A escolha é feita com toda a antecedência necessária para fazer as contratações dos espectáculos. São referências a nível nacional e internacional e têm sido, numa longuíssima maioria, um êxito.

O Auditório já se tornou uma sala de referência em Lisboa?
ES – É um auditório fantástico com uma produção muito boa e com um calendário excelente. Funciona onze meses por ano. No mês de Agosto está encerrado. Tem uma programação muito diferenciada para agradar a todo o tipo de público. É neste momento uma sala de referência no espectro das salas de espectáculos da cidade de Lisboa.

Os moradores e trabalhadores do Parque das Nações fazem parte do público que frequenta o Auditório?
ES -Achamos que sim. É evidente que não é muito fácil de identificar, mas os moradores sem dúvida. E as pessoas que aqui trabalham também. Sabemos que há um número muito elevado que passa por aqui e que já conhece o Auditório, que é uma sala estupenda em termos de comodidade e de condições técnicas e que rivaliza com qualquer outra sala de Lisboa.

Tentam ter alguma interactividade com a comunidade através de actividades que ocorrem no exterior do Casino?
ES – Mesmo relativamente ao auditório, por vezes fazemos convites à Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais para trazerem cá os seus idosos a alguns espectáculos que lhes são mais direccionados. As pessoas ficam muito contentes porque têm a oportunidade de assistir a alguns espectáculos. Para além disso, há também uma interacção com a Associação de Moradores E Comerciantes  do Parque das Nações (ACMPN)..

Com que entidades locais mantêm parcerias?
ES – Não só com a ACMPN, mas também com a paróquia, com o objectivo de contribuir para a construção da nova igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. As receitas da corrida do Oriente são-lhe direccionadas. É uma forma de parceria, de contribuição e, fundamentalmente, de integração do Casino no espaço do Parque das Nações. Nós fazemos parte desta comunidade e temos que participar com ela nas coisas que são importantes da cultura ao desporto.

E qual é a reacção da comunidade?
ES-A comunidade está interessada, basta dizer que a Corrida do Oriente tem tido um incremento fantástico e está no ranking das dez melhores corridas organizadas na zona da grande Lisboa. A dimensão dos prémios de fotografia e literatura é um pouco mais reduzida, mas vamos tentando melhorar a cada ano e o interesse tem vindo a aumentar, sem dúvida.