Associação de Moradores

Entrevista a Marco Neves, vencedor das eleições para a presidência da AMCPN, Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações, fundada em 1999, com o objectivo de defender este espaço.

Para quem não contactou com a AMCPN, será possível fazer um breve resumo da história e actividade desta associação?
A AMCPN foi criada logo em 1999, pouco tempo depois da criação do nosso bairro. Sempre nos empenhámos na defesa deste espaço, criado de raiz, entre 1995 e 1998. Esta defesa intransigente foi fundamental durante os anos em que estivemos divididos, tecnicamente, em três freguesias — e fomos administrados por uma empresa de direito privado, não eleita pelos seus “munícipes”.
Durante todo este tempo, a Associação sempre quis defender este espaço como espaço de excelência e como um dos palcos da cidade de Lisboa e do país, sem esquecer os problemas habituais de todas as comunidades locais: as escolas, o centro de saúde, as questões urbanísticas, etc..
Por outro lado, a AMCPN participou na criação duma comunidade local visível. Desenvolvemos actividades culturais (como o Festival Parque das Nações e os prémios de literatura e fotografia) e actividades desportivas. Neste último ponto, o seu crescimento justificou, inclusive, criação dum clube autónomo, o Navigators Sports Club (antigo Clube Parque das Nações). A luta em que a Associação ganhou maior visibilidade foi, sem dúvida, a da integração deste espaço numa só freguesia e num só concelho, o que conseguimos, em 2012, com a criação da freguesia do Parque das Nações e cujo reconhecimento dos moradores certamente teve o impacto merecido nas últimas eleições autárquicas e também na selecção da lista que actualmente conduz a AMCPN.

Foi a primeira vez que surgiu uma segunda lista concorrente às eleições da AMCPN. Como correu todo este processo?
Achamos que foi importante haver esta participação mais activa dos sócios na campanha eleitoral. As duas listas foram bastante activas na campanha, trazendo consigo boas ideias, mais sócios e mais participação. Só nos podemos congratular desse facto. Todo o processo eleitoral só tem a ganhar com a existência de alternativas. Numas eleições para uma associação de bairro, o nível de participação dos sócios no acto eleitoral como o verificado é também de relevar. Significa que, agora, que já nos encontramos unidos numa só freguesia e num só concelho, os moradores e comerciantes do Parque das Nações continuam interessados nos destinos do local que seleccionaram para construir a sua vida.

A expressividade do resultado das eleições coloca, a nós, nova direcção eleita, uma acrescida responsabilidade e confiança, que muito nos apraz trabalhar para corresponder. Há então muito que fazer, para o qual contamos com o apoio e suporte de todos os sócios, sem qualquer excepção.

Pode dizer-se que este novo mandato representa um novo capítulo na vida da AMCPN? O que podem os moradores e comerciantes esperar pela frente? Quais os objectivos para os próximos anos?
Sem dúvida. Os novos corpos sociais são constituídos por 28 pessoas. Algumas estão nos corpos sociais desde o início, mas há, também, um grupo significativo — e muito motivado — de pessoas que estão a começar nestas lides associativas. Só por isso, teremos, certamente, uma renovação e intensificação da actividade da Associação.
Por outro lado, a Associação conseguiu vencer a sua grande batalha destes últimos 15 anos e, assim, está agora mais disponível para se concentrar na promoção dos aspectos comunitários e sociais da sua actividade.

Vamos estar muito atentos a todos os problemas deste bairro, vamos estar empenhados em promover a cultura neste espaço e vamos ainda garantir que a Associação seja uma plataforma para a partilha de preocupações, experiências e interesses entre moradores e empresas do Parque.
A forma como o Parque das Nações se insere enquanto nova freguesia na cidade de Lisboa é também outra das nossas preocupações. Sendo uma nova freguesia, que demarca também novos limites na cidade, queremos garantir que somos reconhecidos como parte integrante da mesma e não uma franja ou periferia. Como tal, temos já a decorrer um projecto de participação em algo tão próprio da cidade e dos seus bairros, com a criação da Marcha Popular do Parque das Nações, em que, desde já, convidamos todos a conhecer melhor e saberem como podem apoiar esta iniciativa, em: http://marchadoparque.wordpress.com/.