Crónica do Parque

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NAÇÕES AO ALTO

ÚLTIMA HORA – este fim-de-semana começa a circular a petição à Assembleia Municipal de Lisboa “Pela redução do IMI no Parque das Nações”, sustentada no facto de que a degradação e falta de manutenção adequada do espaço urbano envolvente, deixa de merecer uma avaliação nota máxima pela localização, além da latente desvalorização dos imóveis. http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76176

MOVIMENTO CÍVICO PELA QUALIDADE URBANA DO PARQUE DAS NAÇÕES – face à insensibilidade da maioria dos eleitos na Assembleia de Freguesia (6 PNPN, 1 CDU e 2 PS) que inviabilizou a convocação de uma sessão extraordinária para debater a degradação de qualidade do espaço urbano, o grupo reuniu fora das redes sociais e desagradado com esta situação decidiu recolher 650 assinaturas de eleitores locais para convocar a título popular uma assembleia sobre a queda abrupta dos standards de manutenção urbana do espaço público do Parque das Nações. http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76053

LANÇAMENTO REFOOD – sala cheia na apresentação à sociedade civil do projeto do núcleo local que por gentileza do hotel decorreu no Olissippo Oriente, onde foi revelado que o seu centro operacional na Quinta das Laranjeiras, está quase pronto a iniciar a atividade e mais do que nunca necessita do apoio e do voluntariado, de todos nós.

2ª FASE DA ESCOLA DO PARQUE DAS NAÇÕES – a petição subiu ao parlamento que aprovou projeto de resolução da maioria PSD/CDS que recomenda ao Ministério da Educação o início imediato da segunda fase da escola e que envide esforços para a “disponibilização do terreno” necessário para a construção, votaram também a favor o PCP, BE e PEV, o PS optou por se distanciar, e estranhamente o presidente da nossa junta declarou ao Público que este feliz acontecimento, é uma mão cheia de nada, ficando por perceber porque foi a São Bento pavonear-se.

VIVER NO PARQUE DAS NAÇÕES, ESPAÇOS, CONSUMOS E IDENTIDADES – tese de doutoramento de Mª Assunção Gato que durante anos estudou o Bairro, entrevistou e conviveu com famílias de residentes de quem reteve o orgulho de viver no Parque e a sua exigência em matéria da qualidade de vida urbana que agora se perde a cada dia que passa. Por ocasião do 2º aniversário da freguesia, apresentou a sua tese em livro, uma leitura que aconselho aos membros deste executivo, para ajudar a identificar os reais anseios do cidadão Parquense que na sua maioria tem formação e é jovem, ativo, cosmopolita, exigente.

NAÇÕES A MEIA HASTE

ÓBITOS RECENTES – da Profª Dulce Moreira Marques, fundadora do Externato João XXIII que apostou no Parque das Nações para crescer e 51 anos depois é um colégio de referência; de Sofia Diniz, residente de longa data e proprietária de uma loja-atelier com o seu nome, na zona norte. Às famílias enlutadas apresento sentidas condolências.

NAÇÕES EM BAIXO

PARQUE DO TEJO, UMA SOMBRA DO QUE FOI – desde que a CML tomou a seu cargo a manutenção deste espaço outrora bem cuidado, vigiado e aprazível, instalou-se a negligência elevada a crime ambiental: amálgamas de ervas substituíram a relva, em pleno inverno os poucos relvados que subsistem estão secos e repletos de peladas, abatem-se árvores indiscriminadamente, o equipamento urbano está cada vez mais grafitado, as instalações sanitárias foram vandalizadas e não são reparadas, há filas consecutivas de candeeiros apagados como no Passeio do Tejo: Ainda não bateu no fundo mas sabendo que a empresa de jardinagem, responsável pela “manutenção”, viu a sua deficitária prestação de serviços ser recompensada com mais 3 anos de contrato, para lá caminha.

JARDIM DAS ONDAS OU DAS TOCAS? – a obra de Fernanda Fragateio parece ter sido atacada por toupeiras estando num estado calamitoso, pior que durante o hiato na manutenção dos espaços verdes, este jardim exige tratamento intensivo e ficou na competência da JF que o elegeu como uma prioridade de recuperação e o divulgou como bandeira da sua capacidade de intervenção Foi sol de pouca dura e para deixar chegar a este ponto só por maldade ou incompetência.

PLANO DE REPAVIMENTAÇÃO DA CIDADE 2015-2017 – consultei a parte do plano referente à nossa Freguesia que não prima pela ambição, intervenções em apenas 4 vias e nenhuma delas na zona Poente: no 2º semestre deste ano avança reparação e drenagem na Av. D João II (frente ao Vasco da Gama), os restantes estão todos previstos para 2017 (por acaso junto às próximas autárquicas) como a reparação de faixas de rodagem em cubo em péssimo estado na Alameda dos Oceanos (25% do total) e Passeio dos Heróis do Mar (30%); por fim e ainda em estudo prévio, prevê se a repavimentação e drenagem da Rua Amudsen, um arruamento não municipal paralelo ao Trancão. Fiquei informado que a competência das pequenas reparações de buracos e rebordo das tampas de esgoto cabem à autarquia local a quem deve reportar ocorrências deste tipo.

(INDI) GESTÃO NA ARTE URBANA DO PARQUE

Por ocasião da Expo 98, foi lançado um inédito plano de arte urbana contemporânea, de longe o maior ocorrido em Portugal. Após a transição para a alçada das autarquias a arte pública foi deixado ao abandono: há peças vandalizadas e degradadas, umas são repositório de grafitos, a várias falta a identificação do autor/obra, gerando nos vândalos um sentimento de impunidade generalizada
Alertada a Junta para a necessidade do restauro da obra em pior estado, as esculturas do Rossio do Levante, o seu presidente respondeu que a CML apenas transferia verba para manter mas nada para reparações.
Insatisfeito, contatei o seu autor, analisámos o processo de reabilitação da obra e munidos de orçamento, reunimos com Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura, que me disse uns dias antes ter recebido José Moreno “não foi para falar da Arte do PN, veio apenas oferecer-me um livro”.
Talvez o destaque dado na última edição deste jornal a uma iniciativa cívica espontânea que obteve da vereadora um compromisso de restauro a breve trecho da obra de José Pedro Croft, tenha feito doer alguns cotovelos. O certo é que tarde mas ainda bem, o executivo fez chegar à vereação em apreço, report do estado da nossa arte urbana, onde se predispõe a comparticipar a reabilitação, quem sabe recorrendo “ à almofada financeira” que tanto orgulha o seu presidente.
Quanto ao restauro foi processualmente impossível avançar em 2014, mas até Março estarão reunidas as condições para a empreitada arrancar.

BEM-VINDOS A LISBOA?

Foi com espanto que soube através do gabinete da vereação do Espaço Público que o concurso a decorrer para atribuição da limpeza dos grafitos em Lisboa exclui a parte da freguesia do Parque das Nações para baixo da linha do comboio, a antiga zona de intervenção da Expo 98. Essa missão foi sempre assegurada com sucesso pela Parque Expo que manteve a abjeta prática afastada do seu território. Depois foi o que se pode ver e passados dois anos a CML considera que a competência deve pertencer a esta Junta. O que muito me preocupa, pois a única ação que está prevista é convidar grafiteiros para pintarem ainda mais os pilares da ponte.
Recentemente um grupo de residentes preocupados com o aumento exponencial de grafitis nas fachadas públicas, voluntariou-se para participar na limpeza, apenas solicitando apoio nas tintas e material adequado. A generosa oferta em prol do bem comum, foi liminarmente recusada. Resta a esperança de entidades privadas começarem a reagir à praga e destaco os bons exemplos do Posto da BP, da torre de S Rafael, e do condomínio Inoqual, entre outros.

José Teles Baltazar
Salutis apoia a Corrida Solidária Refood

Parque do Tejo – Sanitários sem manutenção; 1999 – Esplendor do jardim das Ondas; 2015 – Incúria no Jardim das Ondas; Nem a Girafa escapa aos tags; Rossio do Levante; Inoqual – depois da limpeza; Ervas daninhas substituem a relva; Inoqual – depois da limpeza.

Inoqual-Portas-estavam-grafitadas-260x195Nem-a-Girafa-escapa-aos-tags-260x3462015IncúrianoJardimdasOndas-260x1951999-Esplendor-do-Jardim-das-Ondas-260x164Parque-do-tejo-Sanitários-públicos-260x195Inoqual-R-Galés-antes-da-limpeza-260x346Ervas-daninhas-substituem-a-relva.-260x195Rossio-do-Levante-260x195