Norte Crónicas

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Que Freguesia à Vista?

O Presidente de CML veio ao Parque estrear um modelo de reunião descentralizada de Câmara. Apesar da tentativa de limitar vozes de habitantes, acabou por declarar que não sendo bruxo tinha 99% de certeza, o Parque das Nações será uma freguesia unida desde a Matinha até ao Trancão, só que alargada a poente até à Av. Afonso Dom Henrique. De repente é só facilidades. Confiante que a sua proposta de Reforma Administrativa para Lisboa será aprovada à parte da reorganização em curso no Poder Local nacional, esquece-se que quanto ao território da nossa futura autarquia, é ao Parlamento que cabe decidir os limites.
A pretensa integração de bairros adjacentes sem qualquer afinidade infra-estrutural com o equipamento da PE GU, é um erro crasso. Irá criar um território gerido a dois tempos, com serviços de 1ª e de 2ª, e um “gueto” em termos de saneamento e higiene urbana. Em perfeito juízo, faz sentido essa zona edificada antes da Expo 98 (e com maior nº de população recenseada que o PN), continuar na órbita dos Olivais.
Política à parte, o que verdadeiramente interessa aos moradores e empresários que investiram na zona, é que o nível e a qualidade na prestação dos serviços (segurança, saneamento básico, manutenção do espaço público) não se deteriorem com a criação de freguesia integrada no concelho de Lisboa, onde não existe outro bairro em que o urbanismo coexista tão harmoniosamente, com o Tejo e os espaços verdes.
Qualquer que venha a ser o futuro do grupo Parque Expo, urge acautelar que uma empresa de gestão urbana integrada permanece no terreno, aproveitando o know how dos técnicos qualificados conhecedores dos custos de todo o complexo equipamento, quiçá envolvendo a iniciativa privada. De preferência que funcione à distância dos serviços municipalizados lisboetas. A PE GU, face à área e à população flutuante que gere, percentualmente gasta menos dinheiro que uma CML de cofres esvaziados, na manutenção do espaço urbano e com resultados perto da excelência, bem à vista dos utentes.
Na devida altura será fundamental a Comissão Instaladora exigir junto do município, transferência de verba no mínimo, proporcional à receita gerada localmente que permita fazer face à natural degradação desta Obra. Após a reforma da cidade, a CML prevê distribuir pelas freguesias, 68 milhões €.
Caso optem por outras vias, pressinto que sentiremos muitas saudades da Parque Expo.

Mobilidade Eléctrica Local

Um destes dias, na Rua Ilha dos Amores junto ao posto mobi.e, escutei alguém comentar se no dia em que houvesse “clientes” para esses aparelhos eles ainda funcionariam. Fiquei curioso e escrutinei o assunto.
Tratou-se de mais uma miríade propagandística dos (des)governos anteriores que prometeram uma rede inédita a nível europeu, de 1.350 postos de carregamento inteligente mobi.e em 25 cidades. O 1º Ministro saiu para o terreno e o entusiasmo era tal que falavam em antecipar prazos de conclusão da rede que apontava para o Verão passado. Justiça lhe seja feita, a iniciativa teve o condão de garantir para Portugal uma fábrica de baterias de iões de lítio, geradora de emprego e vocacionada para exportar.
Esfumado o socialismo por se ter acabado o dinheiro dos outros, 4 meses depois, existem 371 pontos lentos em 159 postos e apenas 5 de carregamento rápido (80% da bateria em 20 minutos), dos 50 propalados. Ainda assim, um exagero de aparelhos, face aos 138 automóveis 100% eléctricos a circular nas nossas estradas.
Pela excelência e modernidade do espaço, o Parque foi escolhido para o folguedo. A inauguração do primeiro ponto de carregamento da Rede (na imagem), vários roadshows mediáticos, lançamentos de modelos eléctricos, até Loures veio cá, inaugurar os seus postos.
A PE GU, enquanto entidade que administra este território, foi pioneira na implementação da Rede Programa Piloto Mobi.e. Aproveitou e bem o facto de a instalação física dos equipamentos e a sua ligação às redes ser suportada por privados, criando um total de 36 postos de carregamento lentos em16 postos distintos.
Excepcionando esses eventos, aqui no Parque alguém viu qualquer veículo a carregar? Pois, eu também não e é ou era grátis. Nem mesmo os veículos eléctricos para lavagem de ruas ao serviço da PE GU utilizam os postos carregando durante a noite, imagino que ligados a uma convencional tomada de electricidade. Perderam-se 36 preciosos lugares de estacionamento mas a falta de homologação da respectiva sinalização vertical, “convida” os automobilistas a estacionar.
Considero que este sistema e os automóveis eléctricos apresentam inegáveis vantagens: reduzem custos no abastecimento, são amigos do ambiente, silenciosos e a energia eléctrica é proveniente de fontes renováveis. Mas só quando baixarem PVP (o + vendido Nissan Leaf custa 36.000€), potenciarem a sua autonomia, a velocidade acima de 90Kms deixe de descarregar num ápice as pesadas baterias e conseguirem abastecer com maior rapidez; os consumidores pensarão em aderir a viaturas eléctricas que deixam de gozar de subsídio na aquisição. Também consta que tardam em devolver os 5000€ prometidos por unidade…

Nota – Após ter sido lançada a iniciativa Ideias para um Orçamento, foi anunciada a extinção da PE, mas a administração cessante no intuito de deixar mais obra, manteve e bem o processo. Por falta de comunicação, se não fosse o precioso apoio do NdP e a natural divulgação dos proponentes pelos seus contactos, as Ideias não teriam tido a adesão verificada. Terminada a votação aguarda-se que a PEGU torne públicos os projectos que serão contemplados no orçamento de 2012.
Foi uma fase marcada por várias anomalias que decorreram da deficiente avaliação face ao sistema de sufrágio adoptado: não era lícito que as propostas mais votadas vencessem devido à introdução do factor qualitativo medido em pontos. Em extremo permitiria a uma proposta ganhar apenas com um voto na “estrela 5” o que no decorrer da votação provocou movimentações estranhas no sentido de reduzir a média das Ideias mais votadas. Apesar de ser co-promotor da Ideia que obteve o maior nº de votos e também a mais pontuada, preferia que a verba disponível fosse utilizada na requalificação premente do asfalto e das calçadas, onde os buracos e desníveis abundam.  

Agradeço ao Núcleo Comunicação & Assessoria Mediática Parque Expo, na pessoa de João Sebastião, o esclarecimento disponibilizado, como habitual rápido e conciso, nos antípodas do atendimento no Gabinete para a Mobilidade Energética, onde debalde várias tentativas, não se dignaram confirmar os dados quantitativos acima referidos.

José Teles Baltazar
veste Dunhill (C.C Amoreiras  -piso 2 -lojas 2151/58 -tel. 213 880 282)

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