URBE – Peças do Parque

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Onde é que está a minha bicicleta?

Era um Sábado de manhã, pego na bicicleta e vou até ao café e Ginásio no Club House.
Quando voltava a casa aproveitei e fui ao Centro Comercial Vasco da Gama. Prendi a bicicleta no sítio que pensei ser adequado, fui a uma loja rapidamente, mas quando cheguei já lá não estava. Onde é que está a minha bicicleta? Depressa concluí que tinha sido roubado.
O que se faz numa situação destas? Pomo-nos aos gritos pela irritação? Começo a correr que nem um louco atrás de uma remota miragem “ainda os apanho”?
Nada disso, “cai na real, já estão longe”, pensei eu.
Fui falar com a segurança do Vasco da Gama que me disse que nada tinha com isso porque o parque das bicicletas está no exterior do Centro. Quando lhe perguntei se podia ver as imagens respondeu-me que teria de ir à Polícia da Gare do Oriente.
Bom, lá fui à Polícia, fiz a queixa, mas não quiseram ir ver as imagens, informaram-me que, em princípio, as câmaras não apanhavam imagens do exterior. Que frustração, as coisas não funcionam mesmo.
Ainda falei à Polícia sobre um parque para bicicletas, na cave do Vasco da Gama, que a segurança me referiu, no entanto a Polícia disse-me que, também, lá roubam bicicletas.
Em primeiro lugar culpo-me a mim próprio pois tive a culpa e a inocência de deixar a bicicleta naquele sítio, embora trancada. Agora casa roubada trancas na porta, estive a ver alguns sites sobre segurança das bicicletas e compreendi que há melhores formas para prendê-las, embora nenhuma seja totalmente segura.
A Câmara de Lisboa, na sua página web, tem sugestões.
Em segundo lugar responsabilizo a Sonae, proprietária do Centro Comercial Vasco da Gama, por não vigiar o local e por ter colocado um parque de bicicletas num local que é quase uma loja para ladrões, induzindo as pessoas a deixarem lá as bicicletas. Podem dizer que foram obrigados pela Parque Expo a instalar este parque, então ponham um cartaz a dizer “Não nos responsabilizamos pelo eventual roubo das bicicletas, este local não é seguro”, qualquer coisa. É a Sonae que fica com a imagem posta em causa, se por acaso se importarem.
Pergunto, o que pretendem fazer?

Infelizmente constatei que não fui o único, no blog “Canto do ardoRic” contavam a sua experiência “… fomos ao Vasco da Gama, deixámos as bicicletas no parquezinho próprio que há para bicicletas em frente à entrada … e fomos jantar descansados. Quando chegámos, nenhuma das nossas bicicletas estava lá. A minha corrente estava cortada no chão e a corrente do meu amigo nem vê-la.”
“Há aqui muita coisa que me deixa indignado. Primeiro de tudo, as bestas que roubaram as bicicletas. Segundo, os seguranças do centro comercial onde fui gastar dinheiro que não só não protegeram os interesses dos seus clientes, como também nada se importaram com o sucedido. Terceiro, a minha estupidez em não me aperceber do quão mau o sítio era, na realidade, para deixar uma bicicleta relativamente nova.”

Outro testemunho diz o seguinte:
“Boas, gostaria de ter lido o teu artigo um dia antes, seria sinal de que ainda tinha a minha Bike, acabei de ser vítima, da mesma situação, 30 minutos no Vasco da Gama e quando voltei nem sinal dela. Não era uma Bike barata, tinha 2 anos e cerca de 8000 Km, muitos passeio fizemos juntos, apresentei queixa na esquadra do Parque das Nações, não fazia ideia de que havia roubos diários e o que ainda acho mais chocante é nada ser feito para impedir isto! Vou ficar à espera de notícias, mas não tenho muita esperança…”

Já agora deixo aqui algumas sugestões para quem teimosamente queira continuar a usar a bicicleta como meio de transporte. Há várias hipóteses para prevenir ou minorar os roubos e as suas consequências:

Fazer um seguro.

Faça fotos da sua bicicleta de vários pontos de perspectiva.

Grave os seus dados ou a matrícula em diversas superfícies onde isso seja possível.

Utilizar vários tipos de cadeado e prender a objetos bem fixos.

Eu vou resistir e continuar a usar bicicleta.

Os Estudantes têm direito a alojamento condigno

A questão das Residências de Estudantes na Cidade de Lisboa é um grave problema.
Há muitos estudantes que vêm  de fora da Cidade para o Ensino Superior e há também os alunos do Programa Erasmus, cada vez em maior número.
Os Estudantes geralmente optam por ficar em quartos alugados, com poucas condições e caros.
Há muito poucas Residências e das que existem a maioria são de baixa qualidade. Julgo que os Estudantes têm direito a alojamento condigno.

Quando foi feito o Plano de Urbanização da Expo’98 destinaram-se alguns terrenos para Residências de Estudantes.
Atualmente existe uma boa Residência de Estudantes, construída e a funcionar há alguns anos, é a exceção à regra a nível nacional. Pertence à Universidade Técnica de Lisboa e situa-se na Avenida D. João II, no lote 4.70.02, entre a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e o IPJ.
Ao lado das Residências do Técnico existe um terreno vazio também destinado a Residências de Estudantes, propriedade da Universidade de Lisboa, é um espaço com todas as condições para um uso como este. Atualmente é usado para estacionamento, embora esteja sempre vazio desde que passou a ser pago.


O nosso ateliê, Conceito Arquitetos, fez em 2008 um Estudo Prévio de Arquitetura, em parceria com um possível investidor, para uma Residência de Estudantes neste terreno.

A ideia foi estudar o terreno, verificar como implantar um edifício com estas características naquele terreno, perceber a envolvente.
A Residência com 14.000 m2 de construção poderia albergar mais de 1.000 estudantes.
Como muitos projetos em Portugal também este não avançou embora, na altura, houvesse quem quisesse investir e com vontade de remar contra a maré.
Ficou o exercício e a constatação de como o panorama das Residências de Estudantes, em Lisboa, deixa muito a desejar.

Bolas! Outra vez?

São recorrentes os acidentes no cruzamento entre a Av. do Mediterrâneo e a Rua do Pólo Sul.
Volta e meia lá ouço um barulho de pneus a chiar e, logo a seguir, de chapa a bater e penso: “Bolas! Outra vez?”. É um barulho característico e assustador. Quem passa por isso não esquece.
Esta recorrência faz-me pensar. Porque é que acontece mais neste cruzamento?
Porque não tem semáforos?
Pela maior velocidade?
Ou porque há fatores exteriores como, por exemplo, o paisagismo ou o desenho urbano?
Como poderão ver com esta imagem, a árvore, a sebe e os carros que estacionam impunemente tapam a visibilidade do cruzamento. Quem vem na Rua do Pólo Sul (na direção Sul / Norte) não consegue ver quem vem da Avenida do Mediterrâneo (na direção Nascente / Poente), e vice-versa, o resultado é chapa amolgada.


Até há pouco tempo havia sinais de trânsito que davam a prioridade para quem vinha na Rua do Pólo Sul nos dois sentidos, mas como havia tantos acidentes a Parque Expo decidiu retirar os sinais com o intuito de corrigir, mas foi em vão.
Este é um caso sintomático da influência do urbanismo na segurança rodoviária.
Deixo aqui uma sugestão para tentar corrigir: se aumentarem a passagem de peões até ao limite do cruzamento mudando a sebe e a árvore e controlando o estacionamento selvagem aumentará muito a visibilidade. Desta forma ficaria igual às outras passagens de peões que não estão isentas de acidentes, mas onde acontecem em muito menor número.

Fica a sugestão.