Re-Food

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Dia 29 de Setembro será o dia de nascimento da nossa nova freguesia e, assim, da nova vida política local dentro das suas fronteiras. Em política vai haver sempre visões divergentes acerca de como melhor enquadrar e gerir a nossa vida em comum – inclusivamente como solidificar o nosso sentido de comunidade. Estas divergências podem convergir – mas só quando surgir um projeto com o qual todos concordaram.
Está a nascer, ao mesmo tempo que a freguesia do Parque das Nações, um projeto comunitário que reúne tais condições de convergência enquanto acaba com duas situações inaceitáveis – e até escandalosas – que existem na nossa comunidade (e em quase todas as outras também).

Quem está a favor de deitar boa comida no lixo enquanto outras pessoas têm fome?

Ninguém. No entanto, isto acaba por acontecer em todo lado e todos os dias.
Estas situações existem, em parte, porque são clandestinas: ninguém chama a atenção quando, no fim do dia do negócio, não tem alternativa senão de deitar as sobras alimentares no lixo. Ao mesmo tempo há muitas pessoas à nossa volta que sofrem com insuficiência e/ou insegurança alimentar – e algumas destas, devido à vergonha, nunca se apresentam nas instituições de apoio.

Não estão à vista, mas existem. E são cada vez mais os que precisam. O Projeto Re-food apresenta a solução definitiva para estas situações inaceitáveis e quase universais.

O que é o Re-food?
O projeto Re-food é um esforço eco humanitário – 100% voluntário, efetuado por cidadãos e para cidadãos, ao nível micro local – que pretende acabar com o desperdício de alimentos preparados e a insuficiência alimentar, aumentando a solidariedade comunitária em todos os bairros urbanos.

Como Funciona?
As pessoas são a essência do processo Re-food, doando uma pequena quantidade do seu tempo para o transformar em valor acrescentado para os outros:
– O pessoal dos restaurantes, hotéis, cafés, etc., investe alguns minutos no resgate dos seus excessos de comida em vez de os deitar para o lixo.
– Os voluntários investem algumas horas por semana na recolha desses excessos de comida, sua preparação e distribuição.
– As empresas parceiras doam instalações, quantias variadas ou materiais essenciais para o funcionamento do projeto (bicicletas, cestos, fatos de proteção para a chuva,“tuperwares”, impressões para publicidade, etc.).
– As instituições de apoio social interessadas fornecem a informação que possuem sobre as necessidades alimentares dos cidadãos locais e ajudam-nos na relação com estes.

Impacto Social
Atualmente, com dois núcleos em pleno funcionamento, apoiamos 500 pessoas (diariamente) com o trabalho de 400 voluntários (cada um por 2 horas semanalmente) e 112 fontes de alimentos (recolhidos diariamente). O projeto já provou ser sustentável a nível micro-local, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, como núcleo piloto. A replicação, no núcleo de Telheiras do Re-Food, também já provou ser totalmente viável.

O Futuro de Lisboa
O objetivo, neste momento, é construir o modelo piloto do projeto Re-Food a nível urbano, abrindo novos núcleos em todas as freguesias de Lisboa até ao final de 2014. Das 20 equipas do trabalho formando novos núcleos na cidade de Lisboa, sete já estão na segunda fase do seu desenvolvimento: Belém, São Francisco Xavier, Lumiar, São Sebastião da Pedreira, Estrela, Olivais e Parque das Nações. Todas estas equipas irão começar a funcionar, antes do fim de 2013 ou no início de 2014. As restantes equipas em formação irão continuar o seu desenvolvimento e abrir os seus núcleos durante 2014.

Estamos a trabalhar para tornar Lisboa a primeira cidade no mundo sem desperdício alimentar e sem fome urbana!

Re-food e a Política
O projeto Re-food não alinha com qualquer partido político, mas demonstra uma qualidade definitivamente política. Isto porque a Política é a arte do possível. E o Projeto Re-food é possível.

Já está provado que com o projeto Re-food podemos:
– Transformar dois escandalosos males comunitários em bens comunitários.
– Resgatar 10.000 refeições por mês com um custo inferior a 10 cêntimos cada, numa área de 2 km.
– Levar a que centenas de voluntários se disponibilizem a oferecer 2 horas por semana do seu precioso tempo para acabar com desperdício alimentar e fome na sua freguesia.
– Alimentar a quase custo zero centenas de pessoas que viviam, anteriormente, em situações de insuficiência e insegurança alimentar.

O que já foi feito no núcleo do Parque das Nações
No início de junho já teve lugar uma reunião com cerca de 70 voluntários interessados no projeto, nas instalações disponibilizadas pela Paróquia de Nossa Sra. dos Navegantes. Nessa reunião criámos também uma equipa de 15 gestores para, durante o verão, recolhermos toda a informação necessária e criarmos todas as condições para a abertura do núcleo.

O que pode fazer agora:
– Juntar-se à base de voluntários, para que, após a abertura do núcleo, possa dedicar cerca de 2 horas por semana ao projeto
– Apoiar a equipa de gestão durante o verão
– Propor instalações para a futura sede do núcleo
– Divulgar o projeto a todos os potenciais interessados, para ajudarem no Parque das Nações, ou noutra freguesia
– Propor parcerias com instituições de apoio social ou empresas interessadas
– Doar qualquer tipo de quantia para a conta geral do Re-food. NIB: 0036.0000.99105896237.44

Contamos consigo para tornar este sonho real!

Contactos Re-food Parque das Nações:
[email protected]
www.facebook.com/RefoodParqueDasNacoes
Telem.: 914 441 649
Inês Freire de Andrade