Impressões de Conduzir no Parque

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Por se tratar do tema com maior feedback junto dos leitores, que suscita bastantes comentários online e que, inclusive, tem merecido análise em sede da AMCPN. Ultimamente a orientação do tráfego tem sofrido constantes alterações, nem sempre para melhor e é latente o desgaste e o desnivelamento dos pavimentos das nossas faixas de rodagem, bem visíveis pelas poças de água que se criam quando chove. Fico desconsolado em relação ao futuro, quando verifico que o piso danificado, após trabalhos na estrada, é apenas “remendado”, não se procedendo ao devido nivelamento. O mesmo também acontece nas pequenas obras a cargo da PEGU – Gestão Urbana do Parque das Nações, a entidade com responsabilidade de decisão e execução, das intervenções rodoviárias locais.

Mais semáforos na Alameda dos Oceanos (norte), não obrigado
Abro esta Crónica à opinião dos leitores, no caso, a um grupo de habitantes e utentes do PN, insatisfeitos com o funcionamento da sinalização em epígrafe:
“Consideramos urgente reprogramar estes semáforos. Quantas vezes, circulando abaixo do limite de velocidade e não havendo ninguém para atravessar, lá foi obrigado a parar? E devido a outros condutores que excedem os 50Km/h? Decerto muitas. No 1º caso pode ter pensado que o radar estaria desafinado. Mas não, os sinais também passam a encarnado de modo automatizado e adicional. O que não nos parece racional em semáforos equipados com botão de registo da intenção de atravessamento pedonal da via, criados para evitar que o sinal detenha a marcha dos veículos sem necessidade.
Ainda, se um poste em cada via do mesmo sentido, possui sensor de velocidade, é viável autonomizar cada uma dessas vias, não activando os radares em sincronia.
Na secção do Notícias do Parque, A Minha Ideia, há quem defenda a implementação de ainda mais semáforos, cerca de 100mts mais a sul, na confluência da Rua do Zambeze com a Rua da Ilha dos Amores. Apesar de não sermos adeptos dessa duplicação de sinalização, esse local, pela proximidade da Escola Vasco da Gama e do futuro Centro de Saúde, parece-nos mais indicado do que o actual.”

Retomo a prosápia para me confessar adepto de experiências, como a de Drechten, cidade alemã de 50.000 habitantes, que há sete anos, decidiu inovar, eliminando 12 de seus15 semáforos. Neste período, não ocorreu nenhuma morte por acidente, enquanto a média anterior era de uma morte a cada três anos. O autor do projecto, paradoxalmente, defende que a eliminação dos semáforos reduz os acidentes, por provocar uma situação de insegurança, pois o risco fica evidente e os utentes passam a ter mais cuidado.
Na dicotomia automobilista/transeunte, o primeiro é visto como o mau da fita, e reiteradamente acusado de falta de civismo, de irresponsabilidade e demais epítetos pejorativos. Mas o que testemunho amiúde, são peões alheados da sua condição de fragilidade perante um embate, que atravessam as vias de qualquer maneira, não sendo sujeitos a multas e/ou apreensão de documentos, com que se pune os automobilistas transgressores.
Decidido a esclarecer este assunto, pesquisei junto da ANSR, os acidentes com atropelamento de peões no PN, de 2004 a Outubro de 2010. Verifica-se que 60% dos atropelamentos têm lugar na Av. D. João II, na Praça do Oriente e na Via Recíproca, curiosamente, a zona de maior concentração semafórica. Quanto à causalidade, apenas 35% dos atropelamentos acontecem em passagens sinalizadas ou a quem transita pela berma ou passeio. Os peões, por más práticas continuadas, estão na origem dos restantes atropelamentos: atravessam fora das passagens de peões, a – ou a + de 50m de uma passadeira, ou fazem-no em passagens sinalizadas, mas desrespeitando os semáforos, transitam em plena faixa de rodagem e surgem inesperadamente na faixa de rodagem de trás de um obstáculo. A esmagadora maioria (85%) dos ferimentos são ligeiros. Em cerca de sete anos o nº total de vítimas atingiu a centena, sendo 2005/06 o pior biénio. Felizmente nunca se registou nenhum ferimento mortal, enquanto no mesmo período e no resto das 3 freguesias circundantes, faleceram 10 transeuntes.

Lombas a norte, na Avenida D. João II
Na última edição, manifestei o desagrado pela colocação de tais lombas que, face à recomendação dos fabricantes de redutores de velocidade, altura máxima de 7cms para circular a 30kms, são irregulares. Esta matéria não se encontra legislada e cada entidade decide a seu belo prazer, como retardar a fluidez do trânsito.
Uma leitora que reside no local, inquiriu a PEGU das razões de tal instalação e não se conforma com a resposta, de que foi uma medida de acalmia de tráfego, considerada pertinente, para melhorar a segurança dos peões e circulação rodoviária, a pedido de um número considerável de moradores e por nessa via ocorrerem vários acidentes. Defende ela que as lombas estão colocadas em curvas pronunciadas onde a redução da velocidade é natural; os peões dispõem de passadeiras para atravessar em segurança; nunca deu por um nº anormal de acidentes e para mais situam-se entre 2 linhas de semáforos (deficientemente regulados entre si, acrescento eu), uma das quais com controlo de velocidade. Por sugestão da moradora, desafio quem não concorda com as “lombas”, a demonstrar o descontentamento junto do Departamento de Relações com o Cidadão, através de formulário adequado disponível que podemos encontrar em: http://www.parquedasnacoes.pt/contact.aspx?menuid=59 endereço que permite alertar para qualquer situação anómala detectada.

Tampas de esgoto nos arruamentos
A acrescentar à quantidade desmesurada de valas que foram abertas para ligar ramais e cobertas, sem serem posteriormente niveladas, as tampas de esgoto, com o logótipo da Expo 98, estão também em grande nº desniveladas e a necessitar de reparação.
Tais crateras, no asfalto, penalizam quem adere aos pequenos económicos e aos novos eléctricos, em geral baixos, mais atreitos a trepidação pelas irregularidades do piso, incentivando a utilização de automóveis de maior porte, logo mais poluentes.
Não resisto a reproduzir um texto bastante a propósito de Pedro Boucherie Mendes:
“Só pode. Os tipos que decidem onde ficam as tampas de esgoto nas estradas só podem ser sócios de outros tipos que vendem suspensões e pneus. É a única explicação para o absurdo que os condutores vivem todos os dias. Além de haver inúmeras tampas de esgoto, estão sempre colocadas de forma a passarmos por cima delas. E mesmo quando nos conseguimos desviar de uma, há logo outra a seguir na trajectória exacta. Sempre devidamente rebaixadas por sucessivas camadas de alcatrão, para que o embate do carro seja mais intenso. Se calhar, estes do alcatrão também são sócios dos outros dois.” – na Index, revista de sábado do jornal I

O espaço não é elástico e terei de adiar análise, às alterações de circulação verificadas no Passeio do Cantábrico e na Rotunda de Moscavide.

Nota – Caro co-habitante do PN Loures, prepare-se para um aumento médio de 30% na próxima factura da ParqueExpo, pelo fornecimento de água. A EPAL manteve o tarifário da água em Lisboa (m3 custa 0,182€ face aos 0,5274€ em Loures), o SMA’s local ficou sem argumentos para as subir e decidiu carregar nas tarifas fixas e taxas variáveis. A variável de Saneamento pelo Consumo de água cresce escandalosamente 141,9% (de 37,2% para 90%). Por curiosidade, o consumo efectivo representa apenas 28% da factura total.

José Teles Baltazar
veste Dunhill (C.C Amoreiras -piso 2 -loja 2151 –
tel. 213 880 282)

Agradeço ao Núcleo de Comunicação e Assessoria Mediática da ParqueExpo, na pessoa de Rita Assis dos Santos, e ao Núcleo de Estudos e Planeamento da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, na pessoa de Helder Batista, a pronta informação disponibilizada.

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