Diário de Bordo – Edição nº56

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Índice de ocupação da Marina continua a crescer de forma significativa

Quem habitualmente passa pelo passeio de Neptuno poderá testemunhar que o Plano de Água da Bacia Sul da marina está cada vez mais composto, com um número crescente de embarcações, o que mostra bem que a Marina do Parque das Nações está a tornar-se numa referência como local de excelência para o estacionamento das embarcações da cidade de Lisboa e daqueles que a visitam. Por outro lado, as condições ímpares da Marina começaram a ser conhecidas além-fronteiras e principiaram a chegar os primeiros estrangeiros, sobretudo do norte da Europa, que encontram na Marina do Parque das Nações o Porto de Abrigo ideal para estacionarem as suas embarcações durante o período de Inverno. Enquanto, no seu país de origem, em face da adversidade do clima, teriam de colocar a embarcação a seco até à próxima Primavera, na Marina do Parque das Nações podem não só manter a embarcação na água, mas também, aproveitar fins-de-semana ou mini férias para virem navegar no grande estuário do Tejo. A oferta de voos Low Cost entre as principais capitais do norte da Europa e Lisboa e uma marina que fica a 5 minutos do aeroporto, constituem naturalmente uma opção interessante, sobretudo para quem gosta de usufruir do prazer de navegar durante todo o ano. A somar a isto, há naturalmente a singular hospitalidade dos portugueses, em particular, do staff da marina, que tudo fazem para tornar a estadia dos utentes agradável, senão mesmo, inesquecível.
Entretanto, o Centro Náutico que funcionava junto ao Oceanário, passou para a responsabilidade da Marina do Parque das Nações. Os cursos de iniciação de Windsurf, Canoagem e Vela aliam a diversão à qualidade de vida, complementando o dia-a-dia do ano lectivo dos filhos dos moradores do Parque das Nações. Para além de proporcionarem uma infância saudável e dinâmica às camadas mais jovens, estas actividades permitem também o desenvolvimento de uma nova cultura náutica, que há muito anda arredada dos portugueses. Para além do plano de água do Oceanário nas fases de iniciação, a transferência da responsabilidade do Centro Náutico para a Marina, permitirá uma oferta mais alargada nas fases seguintes das actividades atrás referidas, com a utilização do plano de água do grande estuário do Tejo, contribuindo assim para a formação dos marinheiros desta nova era, onde o nosso País, com a maior zona marítima da União Europeia, vai com certeza ter o Mar como desígnio nacional.
A este propósito, transcrevemos parte do discurso de  S. Exª, o Presidente da República, na inauguração do Colégio Pedro Arrupe  que definiu  como seu projecto educativo “uma carta de marear para o século XXI” – sic. «Os Portugueses viajaram pelo mar até aos cinco cantos do Mundo e com isso colocaram-se no centro do Mundo. Não só geograficamente, se olharmos para o muito que o mar une, mas também na nossa capacidade de conviver com povos de todas as origens, raças e credos, de deixar um traço da nossa cultura e da nossa maneira de ser por todos os sítios por onde andámos. Temos que aprender a usar essas qualidades que nos caracterizam como povo e essa centralidade do nosso território. O ensino do mar e a educação de qualidade são, sem dúvida, duas sementes que darão bons frutos.»
No capítulo do Turismo de Vertente Náutica, no espaço da Marina passou a ser oferecido um vasto sortido de escolhas lúdicas e recreativas suportado na utilização do veleiro clássico “Furanai Ge Huvafen”, com uma lista de passeios para actividades de “Bird Watching”, “Sightseeing”, etc.,  dando a conhecer o melhor que a Natureza tem para oferecer nos mouchões do Tejo,  as magníficas vistas da zona ribeirinha de Lisboa e do Parque das Nações, ou o simples prazer de navegar no grande estuário do Tejo.

A Nauticampo  2011 terá lugar de 2 a 6 de Fevereiro  em parceria com a Marina do Parque das Nações

Durante os cerca de sete anos de luta da ANMPN para assegurar a reabilitação da Marina do Parque das Nações, um dos nossos argumentos foi a necessidade de garantir que a Nauticampo pudesse vir a dispor de um espaço de exposição de embarcações na água, bem como,  durante o evento, promover um conjunto de actividades náuticas que permitissem a dinamização do sector com o aparecimento de novos entusiastas. A existência do porto de recreio e a excelência do plano de água em frente à zona ribeirinha do Parque das Nações, seriam naturalmente factores de eleição para que a Nauticampo pudesse competir com outros Boat Shows a nível mundial. Lamentavelmente, no ano transacto, não foi possível às administrações da AIP/FIL e da MPN chegarem a acordo, facto que, inclusive, mereceu um reparo da Direcção da ANMPN junto de S. Exª. o Secretário da Juventude e do Desporto, na sua visita ao “Lisboa Boat Show”.
Atendendo ao que foi recentemente divulgado pela FIL/Nauticampo, no próximo ano, a situação será bem diferente, e para a próxima edição de Fev./2011, a Marina do Parque das Nações e a AIP-CCI/FIL uniram esforços para dinamizar, em conjunto com outros parceiros, actividades em água, nomeadamente, mostra de embarcações tipo “tall ship”, baptismos de vela, demonstrações de windsurf, canoagem e outras mais.
Por outro lado, a Nauticampo, com o apoio do Fórum do Mar, vai levar a efeito um conjunto de jornadas ligadas aos estuários portugueses de norte a sul do País, evidenciando as suas potencialidades na área do Turismo e dos Desportos Náuticos. Os painéis em debate serão distribuídos por três sessões e irão decorrer ao longo da semana norteados nos seguintes temas: Estuário do Guadiana; Estuários da Ria Formosa e Portimão; Estuários do Tejo e Sado e Estuários de Aveiro, Porto e Viana.
Os organizadores pretendem com esta iniciativa potenciar o turismo náutico nas suas múltiplas vertentes, passeios marítimos, observação de aves e espécies marinhas, a pesca, o mergulho, destacando em simultâneo a oferta cultural de cada região. Durante os dias da feira, o público poderá participar em sessões de observação de aves perto do rio Tejo, em workshops e palestras sobre a iniciação da observação de aves e também ficar a conhecer melhor as espécies que podem ser observadas no nosso país. A presença na feira da (SPEA) – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (birdwatching) permitirá divulgar uma das actividades que melhor concilia o lazer com a Natureza, preservando simultaneamente a biodiversidade.
A ANMPN em colaboração com a Marinha do Tejo, montará um stand de divulgação na Nauticampo, bem como, e a exemplo do que efectuámos no ano passado, proporcionaremos passeios no rio em Canoas Típicas do Tejo e em embarcações de associados. Trata-se de um programa que ainda está a ser alinhavado com a FIL/Nauticampo e com a sociedade MPN, para ser divulgado no nosso site em www.anmpn.pt. Contaremos também com a colaboração da AMCPN – Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações na divulgação deste programa, de modo a conseguirmos uma participação alargada por parte da população do PN.

Saudações Náuticas,
Paulo Andrade