Arte Urbana

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Destas intervenções três foram feitas nos pavimentos tornando-se quase imperceptíveis e pouco conhecidas. Todas elas são de artistas de grande valor que nos deixaram obras para serem vividas e “pisadas”. Pode-se dizer que já pertencem à Cidade.

Rolando Sá Nogueira – Passeio de Neptuno (1)
O Mestre Sá Nogueira foi um dos artistas mais conceituados que Portugal já admirou. Tive a sorte de ser aluno do Mestre na Faculdade de Arquitectura e na Sociedade de Belas Artes e foi, sem dúvida, um dos meus melhores professores.
Em relação a esta obra, situa-se no pavimento do Passeio de Neptuno ao longo da Marina do Parque das Nações. São três intervenções em mosaico colorido com motivos de peixes assentes sobre o pavimento do Passeio.
Sobre este projecto Rui Afonso Santos mencionou “Uma vertente dir-se-ia lírica predomina neste trabalho, registo plástico e intimista de um mundo silencioso que criaturas flutuantes atravessam, umas inteiras e como que digitalizadas, outras fragmentadas e planas, ampliadas ou distorcidas…”; “… a eficácia imediata das cores primárias utilizadas, a conveniência urbana da composição … como um imenso cartaz ironicamente transposto para o solo que pisamos … o alheamento deliberado dos cânones compositivos tradicionais e, enfim, a proposta da fruição de um novo sítio, são características recorrentes no percurso plástico de Sá Nogueira…”

Pedro Calapez – Jogos perceptivos – Porta do Mar (2)
O trabalho do Pedro Calapez para a Porta do Mar é quase imperceptível, mas passamos por cima dele todos os dias. Situa-se por baixo da antiga torre de cracking da Petrogal e abrange parte da Praça e a própria rua.
A sua percepção só se faz com a distância. Quando o vemos ao nível do chão a sua leitura é impossível e aparece como uma série de riscos desarticulados. Mas é do alto que as linhas começam a tomar forma e dão origem às figuras que o artista desenhou. Só a partir da antiga torre de queima ou de imagens aéreas se tem a verdadeira noção do conjunto.
Como referiu Maria Jesus Ávila sobre este trabalho “Trazer a memória da paisagem urbana para uma zona da cidade de recente criação, dando continuidade à calçada que distingue a fisionomia de Lisboa, constituiu um dos propósitos de Pedro Calapez. Memória activada pelo material e reutilizada mediante o abandono dos padrões tradicionais e a sua substituição por um desenho gigantesco”.

João Cutileiro – Passeio das Tágides (3)
João Cutileiro já nos habituou à beleza das suas esculturas, à sensualidade das suas intervenções, esta obra é imediatamente identificável como sendo dele.
As catorze Tágides, musas do universo Camoniano, banham-se no lago indiferentes a tudo. A beleza do conjunto leva-nos a usufruir do espaço e do elemento água.
Como o próprio disse “Reconheço que esta composição tem alguma coisa de divertimento, de prazer, de lúdico no sentido musical… Imaginei simplesmente que, se Camões apanhasse uma bebedeira, as musas inspiradoras dele não seriam muito diferentes destas: meninas nuas a brincar com ele…”

Pedro Proença – Cais dos Argonautas (4)
Tal como as obras de Rolando Sá Nogueira e Pedro Calapez, este trabalho de Pedro Proença também está colocado no pavimento. Encontra-se num espaço muito atravessado entre o Oceanário e o Pavilhão do Conhecimento.
Os motivos desta intervenção são Monstros Marinhos provavelmente inspirados na época dos Descobrimentos. Para tal implica mergulhar no domínio do sonho, do imaginário, da fantasia e do maravilhoso. Os monstros representam como o navegante do final da Idade Média e inícios da Idade Moderna encarava o medo do desconhecido.
Conforme o artista disse”…Deus parou e pensou para com os seus botões – espera aí!… tenho de começar tudo de novo! – Mas a monstruosidade já lá estava, até na magnífica legião de criaturas aladas que ornamentam a sua infinita glória… uma designação para essa monstruosidade aparentada das baleias e dos elefantes, esse inferno preestabelecido, essa desordem que é um prelúdio antes de entrarmos no mundo das coincidências geométricas.”

GRANDES
PROMOTORES FAZEM GRANDES OBRAS

Retomando o tema sobre grandes promotores fazem grandes obras, destaco neste artigo a Bouygues Imobiliária SA empresa que apostou desde o início no Parque das Nações para desenvolver os seus investimentos imobiliários.

A Bouygues Immobilier, multinacional francesa líder em promoção imobiliária a nível europeu, com cerca de 2 milhões de metros quadrados promovidos só em escritórios, está em Portugal, e em particular no Parque das Nações, desde 2002. Por reconhecer o Parque das Nações como uma zona de excelência empresarial, não só apostou como o local escolhido para sediar a empresa em Portugal, como também para fazer dela uma das áreas privilegiadas de actuação.

São empresas como a Bouygues Imobiliária que dão nome e prestígio ao Parque das Nações pela qualidade e rigor que imprimem aos seus investimentos. A Bouygues Imobiliária, em oito anos de actividade, já é um dos top-players do mercado imobiliário português, tendo realizado os seguintes empreendimentos:

– Torre Fernão de Magalhães (1) – Edifício de 15 pisos concluído em 2003, concebido pelo arquitecto Jean-Michel Wilmotte, com 8.000 m2 de escritórios. Sede de várias empresas prestigiadas: Danone, Sephora, Chiquita, Levis.

– Edifício Mar Vermelho (2) – Edifício de 9 pisos totalizando 7.000 m2 de escritórios. Desenhado pelo arquitecto Marc Rolinet tendo ficado concluído em 2006.

– Edifício Mar Mediterrâneo (3) – Edifício de 9 pisos, totalizando 10.000 m2 de escritórios prontos em 2007. Projectado pelo arquitecto Marc Rolinet, onde se encontram actualmente os escritórios da Sonaecom em Lisboa.

– Edifício Espace (4)– Desenhado pelo Arquitecto Mário Sua Kay. Com 10.000 m2 de área destinada a escritórios, repartida em 5 pisos, estará pronto este ano. Em termos formais, o edifício materializa-se por três corpos perpendiculares à Alameda dos Oceanos, interligados por um eixo central que faz a distribuição ao longo de todo o conjunto. O eixo central pretende enfatizar a comunicação dentro da empresa e as relações inter-departamentais, servindo como espaço de troca de ideias e sinergias. Simultaneamente o edifício é pontuado por uma série de pátios exteriores, zonas verdes e espaços de convívio.

– Edifício Explorer (5) – Uma arquitectura com a assinatura de Mário Sua Kay. É um edifício com 3.777 m2 de área bruta de construção de escritórios, repartida em 4 pisos e 450m2 situados no R/C,0 destinados a um espaço de comércio. Inclui também uma creche e Jardim-de-infância. Este edifício encontra-se em construção, estando prevista a entrega para 1 de Junho de 2010.